Vivendo nos Estados Unidos, o ex-jogador Juninho afirmou que
não aprova o programa de Jair Bolsonaro que promete um reforço das intervenções
militares; "Não posso colocar um garoto de 18 anos que roubou na prisão.
Porque quando o cara sai da prisão, ele quer se vingar da sociedade. É por isso
que me irrito quando vejo um ex-jogador de futebol votar pela extrema direita.
Nós viemos de baixo, fomos criados no meio do povo. Como esquecer isso? Como
ficar do outro lado? Você vai apoiar Bolsonaro, meu irmão?", disse
LE SCAN SPORT - O
ex-jogador Juninho do Olympique Lyonnais, deu um carrinho nos ex-jogadores de
futebol (como Ronaldinho) que apoiam Jair Bolsonaro, candidato de
extrema-direita à presidência que recebeu 46% dos votos no primeiro turno.
A
exatidão de suas palavras só tem igual nos seus chutes livres. Juninho
Pernambucano vive hoje em Los Angeles, longe da França e de Lyon, onde escreveu
as mais belas páginas de sua história nos anos 2000. O brasileiro participou
dos sete títulos da liga francesa ganhos pelo OL, entre 2002 e 2008. Ao mesmo
tempo que não sente vontade de voltar ao mundo do futebol, Juninho fala sobre a
atual paisagem política no Brasil e a ascensão da extrema direita.
No
momento em que Jair Bolsonaro obteve 46% dos votos no primeiro turno das eleições
presidenciais, "Juni" não faz concessões aos jogadores que o apóiam,
especialmente através das redes sociais, como Ronaldinho, Rivaldo ou Lucas
Moura. Em entrevista à mídia espanhola El Pais, traduzida
para o francês pelo La Grinta, Juninho ataca a imprensa. "Eles rasgam
nossos votos e nos arrastam para esse terror", lamenta ele. Parecem
indiferentes à chegada ao poder de um extremista. Você pode observar: a grande
mídia vai apoiar Bolsonaro se ele for para o segundo turno. "
O
ex-meio de campo (43 anos) não aprova o programa do candidato de
extrema-direita que promete um reforço das intervenções militares. "Não
posso colocar um garoto de 18 anos que roubou na prisão", diz Juninho.
“Porque quando o cara sai da prisão, ele quer se vingar da sociedade. É por
isso que me irrito quando vejo um ex-jogador de futebol votar pela extrema
direita. Nós viemos de baixo, fomos criados no meio do povo. Como esquecer
isso? Como ficar do outro lado? Você vai apoiar Bolsonaro, meu irmão?
Após o
primeiro turno, os campeões mundiais Rivaldo e Cafu expressaram seu
contentamento com a pontuação de Bolsonaro no Instagram. Bola de Ouro em 2005 e
campeão mundial em 2002 Ronaldinho também o apoiou via Twitter. O político
agradeceu, dizendo que era "uma honra". Em setembro, o ex-jogador do
PSG Lucas Moura também defendera "seu candidato". "Se ele fosse
realmente racista, estaria preso. Vejo que você o acusa gratuitamente sem
argumentar", respondera o atacante do Tottenham aos seus detratores.
Segunda rodada em 28 de outubro
Em sua
entrevista, Juninho reiterou seu amor pelo futebol, afirmando ter sido o
futebol que o educara e permitira que ele se abrisse ao mundo. "Sou um
cidadão do mundo", diz ele. “Não posso ser intolerante com as diferenças.
A única exceção é com os extremistas. Mas será que alguém que acredita na
existência de "raças humanas" e propaga discurso de ódio merece a
democracia?"Com declarações e projetos de reformas políticas chocantes,
Jair Bolsonaro construiu para si uma reputação de homem profundamente racista,
sexista e homofóbico. O segundo turno das eleições presidenciais brasileiras
acontecerá no dia 28 de outubro e oporá Bolsonaro a Fernando Haddad, o
candidato da esquerda radical que recebeu 29% dos votos no primeiro turno.
(Tradução de Sylvie Giraud)
Nenhum comentário:
Postar um comentário