quarta-feira, 3 de outubro de 2018

Guerra de informações envolve advogados tucanos e até 'fake news' de Álvaro Dias


Advogado de Lula acusa candidato à Presidência do Podemos de divulgar notícia falsa sobre Moro e delação de Palocci. Assessoria de Dilma Rousseff revela que advogados são ligados ao PSDB

Fake news: “Quem solicitou a quebra do sigilo da delação foram os advogados de Lula”, disse Dias / Foto: Agência Brasil - EBC

São Paulo – Nesta terça-feira (2), a guerra de informações travada a partir do embate jurídico em torno do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva continuou. O advogado de Lula Cristiano Zanin Martins acusou o candidato à Presidência Álvaro Dias (Pode) de espalhar fake news.
Aparentemente reproduzindo informação do site O Antagonista, o candidato, ex-tucano, escreveu no Twitter: “Ninguém pode acusar o juiz Sérgio Moro de ter liberado a delação de Palocci apenas por ser período eleitoral. Quem solicitou a quebra do sigilo da delação foram os advogados de Lula”.
Zanin respondeu no próprio Twitter: “Candidato, o senhor está divulgando fake news. Como advogados de Lula não fizemos esse pedido. A divulgação foi iniciativa do juiz”.
Já os advogados autores do requerimento do Partido Novo, que obteve decisão favorável do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), contra o direito de Lula de conceder entrevistas, são ligados aos senadores tucanos Aécio Neves e Antonio Anastasia, este candidato ao governo de Minas Gerais.
Aécio e Anastasia são íntimos aliados em Minas. Aécio foi um dos principais líderes e incentivadores do impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff, que começou a ser articulado no dia seguinte à eleição de 2014.
A informação de que Flávio Henrique Unes Pereira e Marilda de Paula Silveira são sócios no escritório Silveira e Unes Advogados Associados, ligados a Anastasia e Aécio, é do site de Dilma.
Unes Pereira foi secretário-adjunto da Secretaria de Estado de Casa Civil e de Relações Institucionais no governo Anastasia e assessor do tucano no Senado.
“O ataque aos direitos de Lula não se dá apenas pela ação direta de segmentos do Judiciário, mas também pela cumplicidade de partidos e políticos que se associaram no golpe de 2016”, afirma a assessoria da ex-presidenta em seu site. Segundo a assessoria de Dilma, Unes Pereira havia ajudado Anastasia a escrever o relatório do impeachment.
No início do mês, a senadora e presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, comentou, sobre o Partido Novo: “Temos agora um conluio, desse tal de Partido Novo, que é um braço do Geraldo Alckmin, do PSDB, de setores do Judiciário e da Rede Globo, sempre presente para impedir o Lula”.
Segundo o site de Dilma, Unes Pereira produziu para Anastasia um documento em defesa da terceirização total do serviço público no Brasil. Além disso, ele e a sócia ainda questionaram no Tribunal Superior Eleitoral, também em nome do Partido Novo, a veiculação da imagem de Lula na propaganda do PT.
A entrevista que Lula concederia ao jornal Folha de S. Paulo havia sido autorizada pelo ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), na sexta-feira (28). Na noite do mesmo dia, o ministro Luiz Fux suspendeu a decisão.
Na segunda-feira (1º), Lewandowski voltou a autorizar entrevistas de Lula para a Folha e o jornalista Florestan Fernandes Jr. Em seguida, desta vez o presidente do STF, Dias Toffoli, voltou a proibir.
Em evento em São Paulo nesta segunda, Toffoli foi explícito quanto a essa ou outras questões envolvendo as eleições. "Não vou pautar causas polêmicas nesse período. É o momento de o povo refletir e o povo votar", disse.
Fonte: RBA


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