Presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) atacou a Folha de S.
Paulo nesta segunda-feira, 29, em entrevista ao Jornal Nacional; Bolsonaro
disse que a Folha "não tem prestígio nenhum" e que "só espalha
fake news"; o capitão disse também que a Folha não terá verba de
publicidade do governo federal a partir do próximo ano; apesar de acusar a
Folha, o Bolsonaro voltou a falar em Kit gay, uma das maiores mentiras
disseminadas contra Fernando Haddad na campanha
247 - O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL)
atacou a Folha de S. Paulo nesta segunda-feira, 29, em entrevista ao Jornal
Nacional. Bolsonaro disse que a Folha "não tem prestígio nenhum" e
que "só espalha fake news".
"Totalmente favorável à liberdade de imprensa.
Temos a questão da propaganda oficial do governo que é uma outra coisa. Mas
aproveito o momento para que nós realmente venhamos fazer justiça aqui no
Brasil. Tem uma senhora de nome Valderice, minha funcionária, que trabalhava na
vila histórica de Mambucaba, e tinha uma lojinha de açaí. O jornal Folha de
S.Paulo foi lá nesse dia 10 de janeiro e fez uma matéria e a rotulou de forma
injusta como fantasma. É uma senhora, mulher, negra e pobre. Só que nesse dia
10 de janeiro, segundo boletim administrativo da Câmara de 19 de dezembro, ela
estava de férias. Então, ações como essa, por parte de uma imprensa, que mesmo
a gente mostrando a injustiça que cometeu com uma senhora, ao não voltar atrás,
logicamente que eu não posso considerar essa imprensa digna. Não quero que ela
acabe. Mas, no que depender de mim, da propaganda oficial do governo, imprensa
que se comportar dessa maneira, mentindo descaradamente, não terá apoio do
governo federal", ameaçou Bolsonaro.
"Por si só, esse jornal se acabou. Não tem
prestígio mais nenhum. Quase todas as fake news que se voltaram contra mim
partiram da Folha de S.Paulo, inclusive a última matéria, onde eu teria
contratado, né, empresas fora do Brasil, via empresários aqui para espalhar
mentiras sobre o PT. Uma grande mentira, mais uma fake news do jornal “olha de
S.Paulo, lamentavelmente", acrescentou.
Em um furo de reportagem da jornalista Patricia
Campos Mello, a Folha denunciou o esquema de disseminação em massa de fake news
contra Fernando Haddad pelo Whatsapp, financiada por empresas apoiadoras da
campanha de Bolsonaro.
Apesar de criticar a Folha de fabricar "fake
news", Bolsonaro voltou a falar sobre o Kit gay, uma das fake news mais
disseminadas contra Haddad na campanha.
"Notável o esforço de Bonner e Renata em
tentar 'normalizar' Bolsonaro. Deram-lhe todas as chances. Ele dispensou
algumas: insistiu com a fake news do kit gay e ameaçou a Folha de S.
Paulo", disse o jornalista Ricardo Noblat sobre a entrevista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário