Felipe
Pontes
Da Agência Brasil
Da Agência Brasil
A
procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu nesta terça-feira (11) o
arquivamento de um inquérito contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG) no Supremo
Tribunal Federal (STF). O senador é investigado por supostamente ter atuado
para fraudar registros do Banco Rural remetidos à CPMI dos Correios, em 2005.
O
inquérito teve como base a delação premiada do ex-senador Delcídio do Amaral,
que presidiu a CMPI e relatou ter sido procurado por Eduardo Paes, então
deputado pelo PSDB, que lhe teria pedido, em nome de Aécio, que adiasse o prazo
dado ao Banco Rural para o envio dos documentos, de modo a haver tempo para a
fraude.
O
objetivo, segundo Delcídio, seria maquiar dados que pudessem revelar esquema
semelhante ao Mensalão sendo operado pelo publicitário Marcos Valério na
Assembleia Legislativa de Minas Gerais, em benefício do então governador Aécio
Neves e de seu vice, Clésio de Andrade.
Ao pedir
o arquivamento do inquérito, Raquel Dodge argumenta que “a autoridade policial
não recolheu provas ou elementos de convicção suficientes para corroborar as
declarações do colaborador e permitir a instauração da ação penal”.
“Além
disso, ante o tempo decorrido desde o ano 2005, quando os fatos teriam
ocorrido, a autoridade policial não vislumbra outras diligências que lhe
permitam elucidar os fatos e sua autoria, além das diversas medidas já
adotadas, que eram potencialmente úteis ao avanço da apuração, mas não
desvendaram os fatos em sua inteireza”, acrescentou a PGR.
Policia
Federal
Em
relatório encaminhado em maio, o delegado da PF Heliel Jefferson Martins Costa,
entretanto, concluiu que ser “seguro afirmar que no início do segundo semestre
de 2005, por intermédio de pessoa não plenamente identificada, Aécio Neves da
Cunha e Clésio Soares de Andrade ofereceram vantagem indevida a Delcídio do
Amaral para que este, na condição de presidente da CPMI dos Correios,
viabilizasse o retardamento e a inadequação de remessa pelo Banco Rural de
informações bancárias envolvendo as empresas de Marcos Valério”.
Ainda
assim, Raquel Dodge afirmou que “não há elementos suficientes para fundamentar
a continuidade do inquérito”. Caberá ao relator do caso, ministro Gilmar
Mendes, decidir sobre o pedido da PGR para arquivar o processo.
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