segunda-feira, 6 de agosto de 2018

PT já tem plano A, Lula e Manuela, e o plano B, Haddad e Manu


O complexo acordo da coligação encabeçada pelo ex-presidente Lula, com apoio do PCdoB, do Pros e do PCO, já definiu a chapa principal, que será Lula e Manuela, caso os direitos políticos de Lula não sejam cassados numa nova etapa do golpe de 2016, ou Fernando Haddad e Manu, caso Lula seja declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral; "Quero reiterar que vamos com Lula até as últimas consequências", disse a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), nesta madrugada
247 – O complexo acordo da coligação encabeçada pelo ex-presidente Lula, com apoio do PCdoB, do Pros e do PCO, já definiu a chapa principal, que será Lula e Manuela, caso os direitos políticos de Lula não sejam cassados numa nova etapa do golpe de 2016, ou Fernando Haddad e Manu, caso Lula seja declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral; "Quero reiterar que vamos com Lula até as últimas consequências", disse a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), nesta madrugada. Leia, abaixo, reportagem da Reuters:
BRASÍLIA (Reuters) - A Executiva Nacional do PT definiu o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad para a vaga de vice na chapa com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas apontou a até então candidata do PCdoB à Presidência, Manuela D'Ávila, como futura vice a partir do momento em que a situação jurídica de Lula se resolver, com ou sem a impugnação da sua candidatura.
Depois de um negociação que durou o dia inteiro dentro da própria Executiva do PT e com o PCdoB, a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, anunciou a indicação de Haddad como vice de Lula neste momento, mas indicou que Manuela ocupará o posto futuramente, na primeira admissão, ainda que velada, de que Lula pode ter sua candidatura impugnada.
Segundo Gleisi, nas reuniões com o PCdoB, entre idas e vindas, os partidos definiram uma "tática eleitoral que assegure a manifestação do presidente Lula como candidato".
"Quero reiterar que vamos com Lula até as últimas consequências, mas discutimos uma estratégia até a regularização da situação eleitoral do presidente, que é que a vocalização da sua campanha seria feita através de um companheiro do PT pela proximidade com o presidente e da identificação com o PT", disse Gleisi em um pronunciamento, já no início da madrugada de segunda-feira.
"Decidimos ambas direções colocar nesse momento como candidato a vice o companheiro Fernando Haddad para fazer a representação do presidente Lula durante esse processo até tão logo se estabilize juridicamente a situação", acrescentou.
A fala de Gleisi foi o mais perto que o PT chegou de admitir publicamente que Lula provavelmente não será candidato já que deve ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa, depois de uma cobrança do PCdoB por uma posição mais clara de que participaria do processo.
Até então, o PT apenas tinha pedido que Manuela desistisse da candidatura para esperar uma definição do registro de Lula, sem garantias de que realmente assumiria a vaga de vice.
"Eu quero dizer formalmente que o presidente Lula pediu que eu convidasse o PCdoB para integrar sua chapa e fazendo um convite formal a Manuela D'Ávila para ser candidata a vice-presidente", disse Gleisi.
A solução encontrada pelos partidos permite colocar Manuela como futura vice seja com a impugnação de Lula, em que Haddad assume a cabeça de chapa e a candidata comunista fica com a vice, seja na pouco provável hipótese do ex-presidente ser autorizado a concorrer. Nessa caso, Haddad sairia de cena e Manuela ficaria com a vice.
Na semana passada, o partido havia oferecido a posição à candidata comunista, e Haddad assumiria um papel, daí como cabeça de chapa, apenas com a provável impugnação de Lula. No entanto, o ex-presidente vetou a ideia e pretendia empurrar a decisão sobre a coligação até 15 de agosto, data limite de registro das candidaturas.
No entanto, o temor de que essa decisão terminasse por inviabilizar o registro como um todo, já que a interpretação do Tribunal Superior Eleitoral este ano é de que todas as coligações e candidatos precisam constar das atas das convenções a serem apresentadas até esta segunda, mudou a estratégia do partido.
O PT passou então a tentar convencer o PCdoB a aceitar um acordo sem promessa concreta porque, na visão de uma fonte, qualquer coisa além disso seria admitir que Lula não seria candidato. Os comunistas, no entanto, endureceram a conversa e chegaram a anunciar durante a tarde deste domingo um nome para vice de Manuela, o sindicalista Adilson Araújo.
Dentro do próprio PT a discussão foi dura. Parte da Executiva ainda defendia que entregasse a vice diretamente a Manuela para que não se perdesse a coligação. Prevaleceu a posição de Lula que, em uma carta, pedia que Haddad fosse indicado para que a defesa da sua campanha ficasse nas mãos de um petista, mas se insistisse em um acordo com o PCdoB.
As negociações entraram noite adentro e um acordo só foi fechado perto da meia-noite.
Nos últimos minutos, o PT conseguiu atrair para sua aliança, além do PCdoB e o PROS.
"Nós estamos fazendo o desenho da frente que foi possível construir, entendendo a necessidade de um pacto das candidaturas de nosso campo", disse a presidente do PCdoB, deputada Luciana Santos.
"Como disse Gleisi, Fernando Haddad segue como porta-voz de Lula até que sejam resolvidas as pendências legais para, mais tarde, o PCdoB assumir o posto de vice, assim como temos sido parceiros do PT há anos", acrescentou.
A intenção dos partidos é que Haddad e Manuela viagem o país defendendo a candidatura de Lula. Haddad, como vice, pretende representar o ex-presidente em entrevistas de que Lula não pode participar.

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