O complexo acordo da coligação encabeçada pelo ex-presidente
Lula, com apoio do PCdoB, do Pros e do PCO, já definiu a chapa principal, que
será Lula e Manuela, caso os direitos políticos de Lula não sejam cassados numa
nova etapa do golpe de 2016, ou Fernando Haddad e Manu, caso Lula seja
declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral; "Quero
reiterar que vamos com Lula até as últimas consequências", disse a
senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), nesta madrugada
247 – O complexo acordo
da coligação encabeçada pelo ex-presidente Lula, com apoio do PCdoB, do Pros e
do PCO, já definiu a chapa principal, que será Lula e Manuela, caso os direitos
políticos de Lula não sejam cassados numa nova etapa do golpe de 2016, ou
Fernando Haddad e Manu, caso Lula seja declarado inelegível pelo Tribunal
Superior Eleitoral; "Quero reiterar que vamos com Lula até as últimas
consequências", disse a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), nesta madrugada.
Leia, abaixo, reportagem da Reuters:
BRASÍLIA (Reuters) - A Executiva Nacional do PT definiu o
ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad para a vaga de vice na chapa com o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas apontou a até então candidata do
PCdoB à Presidência, Manuela D'Ávila, como futura vice a partir do momento em
que a situação jurídica de Lula se resolver, com ou sem a impugnação da sua
candidatura.
Depois
de um negociação que durou o dia inteiro dentro da própria Executiva do PT e
com o PCdoB, a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, anunciou a indicação
de Haddad como vice de Lula neste momento, mas indicou que Manuela ocupará o
posto futuramente, na primeira admissão, ainda que velada, de que Lula pode ter
sua candidatura impugnada.
Segundo
Gleisi, nas reuniões com o PCdoB, entre idas e vindas, os partidos definiram
uma "tática eleitoral que assegure a manifestação do presidente Lula como
candidato".
"Quero
reiterar que vamos com Lula até as últimas consequências, mas discutimos uma estratégia
até a regularização da situação eleitoral do presidente, que é que a
vocalização da sua campanha seria feita através de um companheiro do PT pela
proximidade com o presidente e da identificação com o PT", disse Gleisi em
um pronunciamento, já no início da madrugada de segunda-feira.
"Decidimos
ambas direções colocar nesse momento como candidato a vice o companheiro
Fernando Haddad para fazer a representação do presidente Lula durante esse
processo até tão logo se estabilize juridicamente a situação",
acrescentou.
A fala
de Gleisi foi o mais perto que o PT chegou de admitir publicamente que Lula
provavelmente não será candidato já que deve ser enquadrado na Lei da Ficha
Limpa, depois de uma cobrança do PCdoB por uma posição mais clara de que
participaria do processo.
Até
então, o PT apenas tinha pedido que Manuela desistisse da candidatura para
esperar uma definição do registro de Lula, sem garantias de que realmente
assumiria a vaga de vice.
"Eu
quero dizer formalmente que o presidente Lula pediu que eu convidasse o PCdoB
para integrar sua chapa e fazendo um convite formal a Manuela D'Ávila para ser
candidata a vice-presidente", disse Gleisi.
A
solução encontrada pelos partidos permite colocar Manuela como futura vice seja
com a impugnação de Lula, em que Haddad assume a cabeça de chapa e a candidata
comunista fica com a vice, seja na pouco provável hipótese do ex-presidente ser
autorizado a concorrer. Nessa caso, Haddad sairia de cena e Manuela ficaria com
a vice.
Na
semana passada, o partido havia oferecido a posição à candidata comunista, e
Haddad assumiria um papel, daí como cabeça de chapa, apenas com a provável
impugnação de Lula. No entanto, o ex-presidente vetou a ideia e pretendia
empurrar a decisão sobre a coligação até 15 de agosto, data limite de registro
das candidaturas.
No
entanto, o temor de que essa decisão terminasse por inviabilizar o registro
como um todo, já que a interpretação do Tribunal Superior Eleitoral este ano é
de que todas as coligações e candidatos precisam constar das atas das
convenções a serem apresentadas até esta segunda, mudou a estratégia do
partido.
O PT
passou então a tentar convencer o PCdoB a aceitar um acordo sem promessa
concreta porque, na visão de uma fonte, qualquer coisa além disso seria admitir
que Lula não seria candidato. Os comunistas, no entanto, endureceram a conversa
e chegaram a anunciar durante a tarde deste domingo um nome para vice de
Manuela, o sindicalista Adilson Araújo.
Dentro
do próprio PT a discussão foi dura. Parte da Executiva ainda defendia que
entregasse a vice diretamente a Manuela para que não se perdesse a coligação.
Prevaleceu a posição de Lula que, em uma carta, pedia que Haddad fosse indicado
para que a defesa da sua campanha ficasse nas mãos de um petista, mas se
insistisse em um acordo com o PCdoB.
As
negociações entraram noite adentro e um acordo só foi fechado perto da
meia-noite.
Nos
últimos minutos, o PT conseguiu atrair para sua aliança, além do PCdoB e o
PROS.
"Nós
estamos fazendo o desenho da frente que foi possível construir, entendendo a
necessidade de um pacto das candidaturas de nosso campo", disse a
presidente do PCdoB, deputada Luciana Santos.
"Como
disse Gleisi, Fernando Haddad segue como porta-voz de Lula até que sejam
resolvidas as pendências legais para, mais tarde, o PCdoB assumir o posto de
vice, assim como temos sido parceiros do PT há anos", acrescentou.
A
intenção dos partidos é que Haddad e Manuela viagem o país defendendo a
candidatura de Lula. Haddad, como vice, pretende representar o ex-presidente em
entrevistas de que Lula não pode participar.
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