Os líderes do PT no Congresso protocolaram requerimentos para
convocar e ouvir explicações do ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann,
da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, do presidente do TRF-4,
Thompson Flores, e do diretor-geral da Polícia Federal, Rogério Galloro, sobre
o episódio que resultou no descumprimento da ordem de soltura do ex-presidente
Lula no dia 8 de julho; o chefe da PF admitiu ter recebido ordens de
autoridades para não soltar Lula até que o habeas corpus fosse derrubado
247 - Os líderes do PT
no Congresso Nacional protocolaram requerimentos para ouvir explicações do
ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, da procuradora-geral da
República, Raquel Dodge, do presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª
Região (TRF-4), Thompson Flores, e o diretor-geral da Polícia Federal, Rogério
Galloro, acerca dos fatos que resultaram no descumprimento do habeas corpus em
favor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em julho deste ano.
O
habeas corpus em favor do ex-presidente foi uma decisão do desembargador
plantonista Rogério Favreto. Em uma entrevista divulgada pelo jornal O Estado
de S. Paulo, o diretor-geral da PF afirmou ter recebido contraordens de
autoridades para não soltar Lula até que a decisão de Favreto fosse derrubada.
As ordens para o descumprimento da decisão judicial teriam partido da
procuradora-Geral Raquel Dodge e do presidente do TRF-4, Thompson Flores.
Os
requerimentos feitos pelo PT foram apresentados à Mesa Diretora do Senado e da
Câmara. O único formalmente convocado é ministro Raul Jungmann, que é obrigado
a atender um chamado do Congresso. Os demais são convidados. Apesar de os
pedidos se limitarem a uma "solicitação de depoimento", a presidente
do PT e senadora Gleisi Hoffmann interpreta que a procuradora-geral Raquel
Dodge seria obrigada a comparecer, caso o requerimento seja aprovado no Senado,
por sua nomeação ter sido submetida primeiramente à Casa. Galloro e Flores
comparecerão apenas se assim o desejarem.
No caso
da Câmara, os requerimentos foram protocolados junto à Comissão de Constituição
e Justiça da Casa. "Nós consideramos a entrevista concedida um fato
extremamente grave. São fatos que não deixam qualquer dúvida que houve uma ação
organizada envolvendo agentes públicos de diferentes poderes que atuaram de
maneira consorciada para cometerem um crime", disse o líder do PT na
Câmara, Paulo Pimenta (RS).
"Esse
episódio mostra que o sistema de Justiça brasileiro está em estado de anarquia.
(Os requerimentos) podem gerar inclusive pedido de impeachment (de Raquel
Dodge). Estamos diante da utilização de um processo como arma de perseguição
política", defendeu o deputado Wadih Damous (PT-RJ), um dos autores do
pedido de habeas corpus em prol de Lula que gerou o imbróglio.
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