Em depoimento nesta segunda-feira, 6, ao juiz Sérgio Moro, o
ex-presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, afirmou que a empresa uma
estrutura responsável pelo pagamento de propinas há quase 30 anos;
"A partir de 1990, decidiu um modelo em que os pagamentos não
contabilizados passariam a ser feitos todos por doleiros e teriam pessoas
responsáveis por isso no grupo. Desde então, sempre tivemos uma pessoa
responsável por repassar recursos aos doleiros", disse ele
Paraná 247 - Em
depoimento nesta segunda-feira, 6, ao juiz Sérgio Moro, o ex-presidente da
Odebrecht, Marcelo Odebrecht, afirmou que a empresa uma estrutura responsável
pelo pagamento de propinas desde 1990.
"Nos
anos 1980, os pagamentos não contabilizados eram feitos dentro dos próprios
projetos. Mas aquele modelo era arriscado e contaminava a contabilidade como um
todo. Pensava-se que pessoas estavam roubando a empresa dentro da própria
empresa. Então, a partir de 1990, decidiu um modelo em que os pagamentos não
contabilizados passariam a ser feitos todos por doleiros e teriam pessoas
responsáveis por isso no grupo. Desde então, sempre tivemos uma pessoa
responsável por repassar recursos aos doleiros", disse o empresário a
Moro.
A
última pessoa foi o Hilberto, que fazia a mesma coisa que as outras pessoas
faziam, ele pediu a criação de um departamento. Essa foi a única mudança. Mas
ele passou a fazer alguns controles e sistemas que ninguém na empresa sabia e a
abrir contas de pagamentos, que não era para ser feito, porque era feito por
doleiros", afirmou Marcelo Odebrecht. "Hilberto não deveria saber
quem era o beneficiário e qual o centro de custos. Ele sabia muito mais do que
deveria saber. Não era para haver controle, mas ele fez", acrescentou.
O
depoimento foi concedido no âmbito da ação penal relativa à 26ª fase da
Operação Lava Jato, que apura a existência de sistemas para o gerenciamento de
propinas dentro da empresa, por onde foram efetuados pagamentos ao casal de
publicitário João Santana e Mônica Moura.
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