segunda-feira, 20 de agosto de 2018

MPF desafia ONU e lei brasileira para pedir Lula fora das eleições

 

Sai a primeira posição concreta de autoridades brasileiras, em confronto direto com tratados de direitos humanos assinados pelo Brasil que foram ratificados pelo Senado e que, portanto, ganharam força de lei; segundo o procurador Maurício Gebrum, a ONU se precipitou e Lula, que hoje apareceu com 37,3% de intenções na pesquisa CNT/MDA, podendo vencer em primeiro turno, não pode ser candidato; no entanto, um procurador que atuou na Lava Jato, Vladimir Aras, disse que o Brasil está obrigado a seguir os tratados internacionais – posição que também já foi defendida por vários ministros do Supremo Tribunal Federal

 

247 - Em parecer publicado nesta segunda-feria, 20, o procurador do Ministério Público Federal Mauricio Gotardo Gerum classificou como "precipitada" a decisão do comitê de Direitos Humanos da ONU que pede para que seja permitido ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) o exercício de seus direitos políticos, incluindo ser candidato a presidente e participar dos debates.
"Precipitada, a solicitação do comitê de Direitos Humanos da ONU se torna inexequível", disse o procurador regional  em parecer publicado nesta segunda-feira (20).
O integrante do MPF apresentou sua avaliação em um recurso em que a defesa de Lula pede ao TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) para que o ex-presidente possa conceder entrevistas na prisão. Em função de sua condenação, Lula cumpre sua pena de mais de 12 anos de reclusão na Superintendência da PF (Polícia Federal) em Curitiba.
No documento, o procurador diz que Lula está inelegível não por estar preso, mas por ter sido condenado pelo TRF-4 por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, o que o enquadra na Lei da Ficha Limpa, sancionada pelo petista em 2010. Para ele, o documento do comitê foi baseado na "premissa equivocada" de Lula estar fora da disputa por estar na prisão.
Para o procurador do MPF, o ex-presidente Lula, que hoje apareceu com 37,3% de intenções na pesquisa CNT/MDA, podendo vencer em primeiro turno, não pode ser candidato.
No entanto, um procurador que atuou na Lava Jato, Vladimir Aras, disse que o Brasil está obrigado a seguir os tratados internacionais – posição que também já foi defendida por vários ministros do Supremo Tribunal Federal.

 

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