À tarde, frei Sergio Görgen deve se encontrar com a presidenta da Corte,
Cármen Lúcia, para pedir que sejam julgadas as ADCs 43 e 44, que questionam a
prisão após julgamento em segunda instância
Lavenère e
Esquivel com os camponeses que estão há 15 dias em jejum pela liberdade do
ex-presidente Lula
São Paulo – Os
militantes que completaram 15 dias em greve de fome pela liberdade do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participaram de um ato inter-religioso
em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF)
em Brasília. Participaram do ato irmãs da Confederação dos Religiosos do Brasil
(CRB), um frei
capuchinho e um pastor presbiteriano, que abençoaram e ofereceram apoio
espiritual a seis dos sete grevistas de fome.
Rafaela Alves, que participa do Movimento
dos Pequenos Agricultores (MPA)
afirmou que, apesar dos dias sem comer, todos os
grevistas estão "muito firmes e dispostos". "Há
muita injustiça no nosso país, por todos os lados, por todos os
cantos. Talvez o nosso corpo vá ficando um pouco mais fraco, mas a nossa
consciência se indigna todos os dias", afirmou a militante, que espera
celeridade do STF em fazer justiça.
Os manifestantes pedem que as Ações
Declaratórias de Constitucionalidade (ADCs) 43 e 44, que questionam a prisão
após julgamento em segunda instância, sejam
apreciadas pelo STF. Apenas Frei Sergio Görgen
não participou da celebração, pois deve representar o grupo em encontro na
parte da tarde com a presidenta da Corte, ministra Cármen Lúcia.
O integrante do Levante Popular da
Juventude Leonardo Soares, que participa da greve de fome há seis dias, disse
que o jejum feito por eles faz parte de uma "grande mobilização" pela
liberdade do ex-presidente. Ele afirmou também não se tratar de idolatria.
"Compreendemos que ele (Lula) é um canal pelo qual as forças populares têm
condições de tomar as rédeas do poder. A nossa luta é por Lula Livre, pelo
povo livre, por Lula presidente."
O líder do Movimento dos Trabalhadores
Rurais Sem Terra (MST) João Pedro Stédile disse esperar que a reforma agrária,
paralisada durante o governo Temer, seja retomada a partir de 2 de janeiro de
2019, com a eleição do novo governo. Ele também destacou a presença do
arquiteto, artista e ativista argentino Adolfo Pérez Esquivel, prêmio
Nobel da Paz, e também do ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB),
Marcello Lavenère, que, segundo Stédile, seriam "anjos" de
cabelos brancos a protegerem os grevistas.
"Estamos aqui para orar juntos e
pedir que Deus nos acompanhe e dê forças aos companheiros que estão em greve de
fome. Que o Senhor os fortaleça fisicamente e em espírito. Tudo isso para
pedir justiça e verdade. Que o companheiro Lula recupere a liberdade para se
colocar a serviço dos mais pobres e dos mais necessitados", conclamou
Esquivel.
A irmã Maria de Fátima, falando em nome
"de todos os religiosos que estão lutando com o povo pela vida",
afirmou que o jejum dos militantes representa "testemunho de irmãos
que estão em busca de justiça, levantando a bandeira da paz e da vida".
Também participaram do ato inter-religioso indígenas da etnia Caigangue, do Rio
Grande do Sul, integrantes do MST que participaram da Marcha
Nacional Lula Livre que chegou na manhã desta terça-feira (14)
em Brasília, e parlamentares petistas.
Esquivel e Frei Sérgio encontram Cármen Lúcia
Adolfo Perez Esquivel e o integrante da
greve de fome Frei Sérgio Görgen serão recebidos pela presidente do STF, Carmen
Lúcia, nesta terça-feira, às 14h. Estarão acompanhados de uma comissão formada
por juristas, artistas, escritores e lideranças de organizações da sociedade
civil.
O
objetivo é solicitar à ministra a inclusão na pauta de votações do tribunal a
Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) do PCdoB, que questiona a prisão
de condenados em segunda instância, que prejudica o presidente Lula e mais de
150 mil presos no país. E que seja respeitado o direito de expressão de
Lula, que não tem obtido autorização para conceder entrevistas.
Na
audiência, será também entregue à ministra as 330 mil assinaturas do manifesto
"Eleição Sem Lula é Fraude", que tem a adesão de personalidades
brasileiras e estrangeiras.
Fonte:
RBA
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