Dias após o anúncio de que será vice na chapa de Lula, Haddad
sente o que virá pela frente durante a campanha; no esforço de construir
narrativas contra o PT, Globo mira suas armas contra o ex-prefeito de São Paulo
e também contra a Dilma Rousseff, que lidera isolada a campanha para o Senado
em Minas Gerais
Por William De Lucca – Cinco dias
depois de ter sido oficializado como vice de Lula e eventual nome do PT na
disputa presidencial, Fernando Haddad entrou na mira da Globo. O ex-prefeito de
São Paulo ganhou amplo destaque em uma matéria na edição de sexta-feira (10) do
Jornal Nacional, onde a marqueteira Mônica Moura, em depoimento ao juiz federal
Sérgio Moro, acusa Haddad e a presidenta Dilma Rousseff (PT) de terem recebido
repasses ilegais de campanha.
Moro
ouviu os relatos de Mônica e de outros quatro réus no processo da Operação
Lava-Jato, incluindo o marido de Mônica, o marqueteiro João Santana. Os dois
são acusados de receber dinheiro do setor de propinas da Odebrecht.
A
marqueteira diz que tratou dos valores diretamente com Dilma, ainda que não
tenha apresentado provas de que as conversas tenham realmente acontecido. Ela
também citou supostos repasses feitos para as campanhas para prefeitura de
Fernando Haddad e Patrus Ananias, em 2012.
Em
nota, o PT e o candidato Fernando Haddad afirmaram que a Lava Jato arma
espetáculos de olho nas eleições e que, desta vez, foi para criar notícias
falsas contra o partido às vésperas do registro oficial da candidatura à
Presidência da República.
A
assessoria de Dilma Rousseff afirmou que ela nunca negociou doações eleitorais
ou ordenou qualquer pagamento ilegal a prestadores de serviços em campanhas ou
fora delas e que as declarações de Mônica Moura são mentirosas e descabidas.
Acusação infundada
Os
ataques contra a Dilma durante a semana também partiram da Comissão de Valores
Mobiliários (CVM), que divulgou um factoide contra a presidente deposta,
candidata ao Senado por Minas Gerais.
Inquérito
Administrativo da CVM, iniciado em 2014 e concluído em junho deste ano,
responsabiliza Dilma e outros ex-membros do Conselho de Administração da
Petrobrás no caso da compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos,
realizada pela Petrobrás em 2006. O inquérito pede responsabilidade dos membros
por ter "faltado com o dever de diligência quando da aprovação da
aquisição" da refinaria.
Dilma,
entretanto, já foi inocentada no caso no Tribunal de Contas da União (TCU).
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