"O país percebeu que Lula não foi preso para expiar
crimes que jamais cometeu, mas para impedir que o povo o eleja mais uma vez.
Não esperem que sancionemos essa violência, abrindo mão da candidatura que não
pertence mais ao PT: é do povo", diz a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR).
"Os precedentes da Justiça Eleitoral confirmam a legitimidade da
postulação. Por que não valeriam para Lula? Só por uma violência jurídica. Se
negarem esse caminho à nação, estarão assumindo as responsabilidades e
consequências por fraudar a soberania do voto"
Por Gleisi Hoffmann – Milhares de pessoas estão
mobilizadas para o ato de registro da candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva
à Presidência da República, nesta quarta-feira (15), em Brasília. Muitos
duvidaram que chegaríamos com o candidato do povo a essa data do calendário
eleitoral. Pois chegamos e iremos além: até 7 de outubro, com o nome de Lula na
urna eletrônica.
Chegamos
mais fortes do que desejavam os adversários. Construímos uma coligação com o PC
do B e com o Pros, fizemos uma aliança com o PSB que libera importantes setores
do partido para apoiar Lula, teremos apoio de governadores de outros partidos
e, o mais importante: a maioria da população.
Lula
não ficará sem voz enquanto permanecer injustamente preso. Registramos como
vice na chapa o ex-prefeito e ex-ministro Fernando Haddad, para representá-lo
nesta fase da campanha. E, quando concluirmos com êxito os trâmites do
registro, a ex-deputada Manuela D'Ávila será a vice de Lula.
Temos
todas as razões para seguir defendendo o direito de Lula ser candidato e o
direito de o povo brasileiro votar livremente, apesar dos abusos,
arbitrariedades e armadilhas jurídicas que enfrentamos. Abusos confessados com
desfaçatez, no último fim de semana, em entrevista do diretor da Polícia
Federal ao jornal O Estado de S. Paulo.
Lula
foi condenado pelas manchetes antes mesmo da ação penal. Foi processado por um
juiz parcial, Sergio Moro, que nem sequer tinha jurisdição sobre o caso. Foi
condenado sem provas, por "atos indeterminados", o que não existe no
direito. Sua pena foi aumentada, num julgamento combinado no TRF-4, na conta
exata para evitar a prescrição do crime. Foi preso ao arrepio da lei,
atropelando prazos.
A
cada ação contra o ex-presidente, a grande mídia alardeou o fim de sua
candidatura e até de sua liderança política. Mas o que se viu nas pesquisas foi
o crescimento sistemático do candidato, que representa a esperança de superação
da profunda crise a que o país foi levado pelo governo de Temer e do PSDB. Tudo
ao contrário do que previam.
O
país percebeu que Lula não foi preso para expiar crimes que jamais cometeu, mas
para impedir que o povo o eleja mais uma vez. Não esperem que sancionemos essa
violência, abrindo mão da candidatura que não pertence mais ao PT: é do povo.
Votar
em Lula é a reação do povo aos que mentiram —partidos e lideranças, analistas
de mercado, comentaristas do Grupo Globo—, dizendo que tudo ia melhorar quando
o PT fosse apeado do poder. Aconteceu o oposto: o país andou para trás, a
economia parou, a fome voltou, direitos foram retirados, a soberania nacional
foi entregue.
É
por isso —e por trazer bem viva a memória das conquistas alcançadas nos
governos do PT— que o Brasil confia em Lula para conduzir o país de volta ao
desenvolvimento com inclusão. Nenhuma outra liderança encarna tão fortemente a
possibilidade real de superar a crise econômica, social e política. De dar
prioridade aos trabalhadores e aos mais pobres. E não se enganem os senhores da
fortuna e do poder: só ele pode conduzir o país de volta à estabilidade perdida.
Ao
registrarmos o companheiro Lula, oferecemos ao país uma saída pacífica e
legítima. Os precedentes da Justiça Eleitoral confirmam a legitimidade da
postulação. Por que não valeriam para Lula? Só por uma violência jurídica. Se
negarem esse caminho à nação, estarão assumindo as responsabilidades e
consequências por fraudar a soberania do voto.
As
forças democráticas muitas vezes foram capazes de derrotar o arbítrio, até
mesmo em eleições manipuladas. O PT não fugirá do compromisso com o povo. Lula
é quem representa esse compromisso. Ele estará na urna em 7 de outubro.
Gleisi Hoffmann é senadora
(PT-PR) e presidente nacional do PT
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