Publicado
em 1 agosto, 2018 8:52 am
De Euclides
Lucas Garcia na Gazeta do Povo.
O
desembargador que livrou o ex-governador Beto Richa (PSDB) das
mãos do juiz federal Sergio Moro tem a filha nomeada no governo do Paraná pelo
próprio tucano. Ela também é filiada ao PSDB. Nesta segunda-feira (30), Luiz
Fernando Wowk Penteado determinou que o inquérito que investiga o suposto
pagamento via caixa dois de R$ 2,5 milhões da Odebrecht a Richa
em 2014 seja conduzido sob fiscalização da 177ª Zona Eleitoral de
Curitiba, e não da 13ª Vara Federal de Curitiba, na qual atua Moro.
Juiz do
Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) há cerca de dois meses e
desembargador do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) desde 2001,
Penteado concedeu uma liminar a Richa por considerar que não houve
“considerável aprofundamento nas investigações” para justificar a remessa do
caso à Justiça Federal. “Não existem, em tese, elementos objetivos de conexão
entre os supostos crimes eleitorais cometidos pelo investigado e eventuais
delitos de competência da Justiça Comum”, escreveu no despacho.
Penteado
afirmou que isso não impede que o caso de Richa seja encaminhado à Justiça
Comum caso a investigação encontre elementos que indiquem o cometimento de
crime comum. A decisão é liminar e ainda será avaliada pelo Pleno do
TRE-PR.
Filha do
magistrado, a advogada Camila Witchmichen Penteado, de 34 anos, é filiada ao
PSDB de Prudentópolis, no Centro-Sul do estado, desde outubro de 2003, segundo
o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em novembro do ano passado, conforme o
Decreto Estadual 8.246, ela foi nomeada por Richa para ocupar um cargo
comissionado no gabinete dele. De imediato, foi designada para atuar no
Instituto Ambiental do Paraná (IAP). De acordo com o Portal da Transparência do
Executivo estadual, Camila recebe salário bruto de R$ 7.072,07.
A
reportagem não conseguiu contato com a advogada Camila Witchmichen Penteado nem
com o desembargador Luiz Fernando Wowk Penteado. Já Richa se manifestou por
meio de nota enviada à Gazeta do Povo pela assessoria de
imprensa, na qual defendeu a decisão do magistrado.
Fonte: DCM
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