Desembargador Luiz Fernando Wowk Penteado, do TRE-PR, fez
referência ao cargo comissionado de sua filha no Paraná; o juiz tirou de Sérgio
Moro o inquérito contra o ex-governador Beto Richa (PSDB), que nomeou Camila
Penteado, filha do magistrado e filiado à sigla tucana, para a função de
assessora da Governadoria
247 - O
desembargador Luiz Fernando Wowk Penteado, do Tribunal Regional Eleitoral do
Paraná (TRE-PR), afirmou que o cargo comissionado de sua filha no estado 'não
origina suspeição ou impedimento legal'. O magistrado tirou de Sérgio Moro o
inquérito contra o ex-governador Beto Richa (PSDB), que nomeou Camila Penteado,
filha do magistrado e filiado à sigla tucana para a função de assessora da
Governadoria, em 17 de novembro do ano passado. Richa é suspeito de ter
recebido R$ 2,5 milhões da Odebrecht à sua campanha para o governo do Paraná em
2014.
“Inexiste
qualquer óbice quanto à minha participação no processo. O fato de ser a minha
filha detentora de função comissionada no quadro do Instituto Ambiental do
Paraná, gerindo unidade de conservação ambiental, não origina suspeição ou
impedimento legal”, afirma o desembargador, em nota. “Trata-se de função
técnica, exercida por profissional habilitada, advogada e professora, com
especialização em direitos socioambientais, com mestrado na mesma área e
doutoranda em ciências sociais aplicadas”. Os relatos foram publicados no blog
do Fausto Macedo.
Penteado
presidiu o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) no biênio 2015-2017.
Ele e Richa estiveram lado a lado na cerimônia de posse do atual presidente do
Tribunal da Lava Jato, Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz, em junho do ano
passado, quando Richa ainda governava o estado. O tucano deixou o cargo para
disputar uma vaga de senador.
Segundo
Richa, "a ilação sobre qualquer motivação estranha na decisão da
Justiça Eleitoral de manter em sua jurisdição o caso envolvendo o ex-governador
Beto Richa em suposto recebimento de valores não contabilizados na campanha de
2014 é de um desrespeito flagrante ao Poder Judiciário".
"Se
esse parâmetro fosse determinante, todos os familiares de pessoas com cargos em
comissão nomeados em todas as administrações públicas seriam suspeitos. O caso
alegado envolve uma profissional com formação específica para a área ambiental,
que desempenha função técnica em parque de preservação ambiental na cidade de
Prudentópolis. Ilegal seria descumprir a decisão unânime da Corte Especial do
Superior Tribunal de Justiça".
Em
nota, o governo do Paraná afirmou que a filha do juiz, "advogada com
mestrado em direito socioambiental, é gerente do Monumento Natural Salto São
João, em Prudentópolis, que é administrado em parceria com o município".
"Foi
nomeada em novembro de 2017, na mesma data em que foram entregues as obras do
Instituto Ambiental do Paraná (IAP) para melhoria da estrutura de atendimento
ao turista da Unidade de Conservação, que permitiu mais segurança e conforto
aos visitantes. Desde então, a servidora é responsável pela administração da
Unidade de Conservação Estadual, atuando no local e na sede do IAP, e cumpre as
tarefas para as quais foi designada no ano passado. Em julho, o local recebeu
aproximadamente dois mil visitantes".
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