Reuters/Ueslei Marcelino |
A ministra Cármen Lúcia diz que os desempregados devem estar
"indignados" com o aumento de 16% que os ministros do STF decidiram
se autococeder. "Eles compreendem que, mesmo havendo a defasagem dos
juízes, eles não têm o mínimo, que é o emprego. Neste quadro socioeconômico, a
gente deveria dar nossa contribuição", diz ela
247 – A ministra Cármen Lúcia diz que os desempregados devem
estar "indignados" com o aumento de 16% que os ministros do STF
decidiram se autococeder. "Eles compreendem que, mesmo havendo a defasagem
dos juízes, eles não têm o mínimo, que é o emprego. Neste quadro
socioeconômico, a gente deveria dar nossa contribuição. Eu me preocupo muito
também com a situação dos estados, com o efeito cascata desse aumento. Há quase
dois anos atrasam salários, fecham hospitais, postos de saúde. Aposentados
recebendo em duas ou três parcelas. Se houver aumento de todos, juízes,
desembargadores, teremos também um ônus para os estados", disse ela, em entrevista a Ruth de Aquino.
Na entrevista, ela também se posicionou contra os
penduricalhos nos salários de juízes. "Benefícios são algo grave e
sério, que precisa ser resolvido. Não pode continuar a haver penduricalhos
mesmo, é preciso restabelecer a verdade remuneratória. Por isso mesmo, eu
pautei para este mês agora, para a última semana, ou no máximo para a primeira
semana de setembro, o julgamento do auxílio-moradia. Ou é legal e nós vamos
julgar. Ou é ilegal e nós vamos julgar. Os juízes estão recebendo
auxílio-moradia com base numa decisão liminar de um ministro, Fux, na gestão
anterior à minha. São benefícios indevidos, do ponto de vista da igualdade com
outras categorias", afirma.
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