quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Apucarana vai ter candidata transexual a deputada federal

Renata Borges Branco é estudante de Engenharia Têxtil da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) - Foto: Delair Garcia


O Partido Socialista Brasileiro (PSB) do Paraná  realizou na noite de segunda-feira (30), em Curitiba, convenção para escolha dos candidatos que concorrerão a cargos eletivos nas eleições de 7 de outubro deste ano.

Uma das novidades da convenção foi o lançamento de duas candidatas transexuais para a disputa de vagas na Câmara Federal e na Assembleia Legislativa do Paraná. Tratam-se de Renata Borges Branco, estudante de Engenharia Têxtil da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), campus de Apucarana (norte do Estado), e a advogada Gisele Alexandra, de Curitiba. 
Elas farão a primeira dobradinha trans do Paraná e também do Brasil no pleito deste ano, com Renata concorrendo a deputada federal e Gisele a estadual. Ambas são integrantes da comunidade LGBTI e entrarão na disputa na cota do partido reservada a candidaturas femininas. Elas aguardam apenas o registro de suas candidaturas para iniciar oficialmente a campanha em busca de votos.


Renata Branco faz parte do coletivo LGBTI (da diversidade) de Apucarana, da UNA LGBTI Nacional e representa no Paraná a Aliança Nacional LGBTI e integra o Espaço Paranaense da Diversidade, além de ter forte atuação em outros movimentos sociais, como o das mulheres negras.

Renata Branco diz que recebeu convite do presidente estadual do PSB, Severino Araújo, para concorrer a deputada federal. “Aceitei o convite como uma proposta inovadora de inclusão da mulher trans na política”, explica ela, destacando que esta é a oportunidade de representar este e outros grupos que sofrem preconceitos e estão excluídos da sociedade.

Uma das suas propostas de trabalho é lutar para que a mulher trans seja mais respeitada junto à sociedade e tenha mais espaço nas universidades e no mercado de trabalho. Segundo ela, sem estudo, sem emprego e sem acompanhamento médico, o destino da mulher transgênero é a prostituição.

Renata lembra que o homossexualismo deixou de ser considerado uma doença pela saúde pública em 1990, enquanto somente agora, depois de 28 anos, o transexual também está tendo uma visão diferente. 
Renata Branco observa que sofreu muito na escola até chegar a uma universidade por causa da condição de trans. Sua situação só mudou em 2015, depois que conseguiu alterar o nome com apoio da desembargadora Joecy Machado de Camargo, do Tribunal de Justiça do Paraná.

Renata diz que gosta de trabalhar com os movimentos sociais e considera que agora é a vez de também participar da política partidária. Sobre sua filiação ao PSB, ela explica que trata-se de um partido honesto, sensato e que acredita no potencial humano.

Além de Renata e Gisele, o PSB também está lançando uma candidata transexual à Câmara dos Deputados por Brasília, a assistente social Paula Benett.

Fonte: TN Online

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