Renata
Borges Branco é estudante de Engenharia Têxtil da Universidade Tecnológica
Federal do Paraná (UTFPR) - Foto: Delair Garcia
|
O Partido
Socialista Brasileiro (PSB) do Paraná realizou na noite de segunda-feira
(30), em Curitiba, convenção para escolha dos candidatos que concorrerão a
cargos eletivos nas eleições de 7 de outubro deste ano.
Uma das novidades da convenção foi o lançamento de duas candidatas transexuais para a disputa de vagas na Câmara Federal e na Assembleia Legislativa do Paraná. Tratam-se de Renata Borges Branco, estudante de Engenharia Têxtil da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), campus de Apucarana (norte do Estado), e a advogada Gisele Alexandra, de Curitiba.
Elas farão a primeira dobradinha trans do
Paraná e também do Brasil no pleito deste ano, com Renata concorrendo a
deputada federal e Gisele a estadual. Ambas são integrantes da comunidade LGBTI
e entrarão na disputa na cota do partido reservada a candidaturas femininas.
Elas aguardam apenas o registro de suas candidaturas para iniciar oficialmente
a campanha em busca de votos.
Renata Branco faz parte do coletivo LGBTI (da diversidade) de
Apucarana, da UNA LGBTI Nacional e representa no Paraná a Aliança Nacional
LGBTI e integra o Espaço Paranaense da Diversidade, além de ter forte atuação
em outros movimentos sociais, como o das mulheres negras.
Renata Branco diz que recebeu convite do presidente estadual do PSB, Severino
Araújo, para concorrer a deputada federal. “Aceitei o convite como uma proposta
inovadora de inclusão da mulher trans na política”, explica ela, destacando que
esta é a oportunidade de representar este e outros grupos que sofrem
preconceitos e estão excluídos da sociedade.
Uma das suas propostas de trabalho é lutar para que a mulher trans seja mais
respeitada junto à sociedade e tenha mais espaço nas universidades e no mercado
de trabalho. Segundo ela, sem estudo, sem emprego e sem acompanhamento médico,
o destino da mulher transgênero é a prostituição.
Renata lembra que o homossexualismo deixou de ser considerado uma doença pela
saúde pública em 1990, enquanto somente agora, depois de 28 anos, o transexual
também está tendo uma visão diferente.
Renata Branco observa que sofreu muito na escola até chegar a uma universidade
por causa da condição de trans. Sua situação só mudou em 2015, depois que
conseguiu alterar o nome com apoio da desembargadora Joecy Machado de Camargo,
do Tribunal de Justiça do Paraná.
Renata diz que gosta de trabalhar com os movimentos sociais e considera que
agora é a vez de também participar da política partidária. Sobre sua filiação
ao PSB, ela explica que trata-se de um partido honesto, sensato e que acredita
no potencial humano.
Além de Renata e Gisele, o PSB também está lançando uma candidata transexual à
Câmara dos Deputados por Brasília, a assistente social Paula Benett.
Fonte: TN Online
Nenhum comentário:
Postar um comentário