O TRF4, de Porto Alegre, condenou nesta quarta-feira 18 a
jornalista Cláudia Cruz, esposa do ex-deputado Eduardo Cunha (MDB-RJ), pelo
crime de evasão de divisas; ela é acusada de ser beneficiária de parte da
propina destina a Cunha e de ter gasto mais de US$ 1 milhão em compras no
exterior
Por André Luiz Richter,
repórter da Agência - A Oitava Turma do Tribunal Regional
Federal da 4ª Região, sediado em Porto Alegre, condenou hoje (18) a jornalista
Cláudia Cruz, esposa do ex-deputado federal Eduardo Cunha, a dois anos e seis
meses de prisão pelo crime de evasão de divisas. Cabe recurso contra decisão, e
a pena poderá ser revertida para medidas alternativas.
A
maioria do colegiado entendeu que Cláudia Cruz, ao manter depósitos não
declarados no exterior, se beneficiou de parte do dinheiro recebido como
propina por seu marido no contrato entre a Petrobras e uma empresa petrolífera
em Benin, na África.
De
acordo com o Ministério Público Federal (MPF), Claudia usou parte do dinheiro
para gastos pessoais fora do país. Pelos mesmos fatos, Cunha foi condenado pelo
juiz Sergio Moro a 15 anos e quatro meses de prisão e está preso em um presídio
na região metropolitana de Curitiba.
A
decisão do colegiado divergiu do entendimento de Moro, que, em maio do ano
passado, absolveu a esposa de Cunha. Para o magistrado, a jornalista teve
"participação meramente acessória" e considerou "bastante
plausível" a alegação dela de que a gestão financeira da família era de
responsabilidade de Cunha.
"Cumpre
observar que, de fato, não há prova de que ela tenha participado dos acertos de
corrupção de Eduardo Cosentino da Cunha. Deveria, portanto, a acusada Cláudia
Cordeiro Cruz ter percebido que o padrão de vida levado por ela e por seus
familiares era inconsistente com as fontes de renda e o cargo público de seu
marido. Porém, [o comportamento] não é suficiente para condená-la por lavagem
dinheiro", disse Moro na decisão.
Após a
decisão, o advogado Pierpaolo Bottini, representante de Cláudia Cruz, disse que
a condenação a pena restritiva de direitos não foi unânime e que vai recorrer.
Segundo Bottini, a decisão do TRF ainda manteve a absolvição da esposa de Cunha
do crime de lavagem de dinheiro.
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