segunda-feira, 23 de julho de 2018

Resquício do golpe: 13% dos brasileiros queimam poupança em gastos do dia a dia


Dados do Instituto Brasileiro de Economia, da FGV, apontam que, em junho, 13,3% dos brasileiros queimaram reservas financeiras para bancar as contas do dia a dia; outra pesquisa, da Boa Vista SCPC, apontou que, no primeiro semestre deste ano, 45% dos inadimplentes justificaram o atraso no pagamento das contas por causa do desemprego; há dois anos, essa fatia era de 32%
247 - Levantamento do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), apontou que, em junho, 13,3% dos brasileiros queimaram reservas financeiras para bancar as contas do dia a dia. 
"Havia uma esperança muito forte de que uma melhora do mercado de trabalho poderia resolver a questão do orçamento doméstico. Essa recuperação não veio e parte desses consumidores foi usando a poupança que tinha para pagar as contas", afirmou Viviane Seda, economista do Ibre. “O cenário só muda quando o ritmo da economia acelerar e as empresas ganharem confiança de contratar com maior ímpeto. Aí sim vai impactar os consumidores”, acrescentou.
Para a caderneta de poupança, as estatísticas do Banco Central mostraram que valores depositados superaram os saques em R$ 5,6 bilhões no mês de junho, mas a economista do Ibre afirma isso indica apenas que quem ainda tem folga no orçamento está preferindo guardar dinheiro do que gastar.
Outra pesquisa, feita pela Boa Vista SCPC, apontou que, no primeiro semestre deste ano, 45% dos consumidores inadimplentes consultados pela entidade justificaram o atraso no pagamento das contas por causa do desemprego. Há dois anos, essa fatia era de 32%. Os relatos foram publicados no G1.
Também vale ressaltar que, de acordo com dados da Serasa Experian, 60,4 milhões de brasileiros estavam com o nome negativado por inadimplência em maio (números mais recentes). Em abril, eram 61,2 milhões.
As estatísticas revelam que o discurso de Michel Temer de que o País está saindo da recessão não se concretiza. No trimestre encerrado em maio, a taxa de desemprego ficou em 12,7% e atingiu 13,2 milhões de pessoas, segundo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em junho foi registrada uma perda de 661 empregos, de acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que levam em conta apenas os emprego com carteira assinada, também mostraram um quadro ruim: a destruição de 661 vagas.
"O mercado de trabalho continua muito ruim. Mesmo com a criação de vagas, milhões de pessoas seguem desempregadas", afirma a economista-chefe do SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) Brasil, Marcela Kawauti.


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