O Ministério Público Federal de Goiás
está cobrando, em caráter de urgência, explicações do Facebook sobre a retirada
de 196 páginas e 87 perfis de fake news ligados ao MBL.
Elas formam uma “rede de desinformação”, segundo a
empresa de Mark Zuckerberg.
O procurador Ailton Benedito deu prazo de 48 horas para que a rede
envie a relação de todas as contas banidas e a justificativa específica para a
exclusão de cada uma.
“As normas constitucionais e legais que regulam a internet no Brasil
atuam sempre com vistas à liberdade de expressão, ao direito de acesso de todos
à informação”, diz ele.
Benedito é uma figura conhecida na internet.
Em agosto do ano passado, depois da manifestação fascista em
Charlottesville, nos EUA, que terminou na morte de uma mulher atropelada, ele
publicou no Twitter que o nazismo era de esquerda, um clássico.
“Partido Nacional SOCIALISTA dos Trabalhadores Alemães, conhecido como
NAZISTA. Os próprios nazistas se declaravam SOCIALISTAS”, escreveu. As
maiúsculas são dele.
Virou piada.
A economista Laura Carvalho, conselheira de Guilherme Boulos e
colunista da Folha, apontou que “tem alguma coisa errada com esses
concursos [do MPF]”.
Em 2014, ele abriu inquérito para apurar o que acreditava ser um
recrutamento ideológico de menores pela Venezuela para “Brasil”.
As crianças iriam receber “conhecimentos relativos à ‘revolução
bolivariana’”, segundo Ailton.
Brasil, descobriu-se, era um bairro popular situado na cidade de
Cumaná, a oeste de Caracas, que Benedito tomou pelo nosso país.
Eram oficinas
de jornalismo e não instrução militar.
Mandou investigar banheiros ‘unissex’ da Faculdade
de Direito da Universidade Federal de Goiás por falta de identificação entre
masculino e feminino.
Em audiência na Câmara dos Deputados, defendeu o Escola
Sem Partido. “Trata-se apenas do exercício da
cidadania”, afirmou.
Fala bastante em “bandidolatria”.
Organizou em Goiânia uma audiência chamada “Segurança Pública e
Manifestações Sociais”.
Convidou Kim Kataguiri, do MBL, entre outros expoentes da direita.
“MBL e Vem pra Rua foram chamados porque organizaram grandes
manifestações nos últimos anos”, falou à Piauí.
“Coincidentemente, elas não descambaram para a violência generalizada.
Pretendo ouvi-los justamente para entender por quê.”
Então tá.
Fonte: DCM
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