Um dos principais procuradores da Lava Jato, Carlos Fernando
dos Santos Lima (o outro é Deltan Dallagnol), agora admite: a delação premiada
de Antônio Palocci, que a mídia conservadora qualificou como "delação do
fim do mundo", que seria capaz de "destruir o PT", era um blefe;
"Está mais para o acordo do fim da picada", afirmou; ele
reconhece que há uma guerra entre o Ministério Público e a Polícia Federal pelo
controle da Lava Jato
247 - Um dos
principais procuradores da Lava Jato, Carlos Fernando dos Santos Lima (o outro
é Deltan Dallagnol), agora admite: a delação premiada de Antônio Palocci, que a
mídia conservadora qualificou como "delação do fim do mundo", que
seria capaz de "destruir o PT", era um blefe. Na entrevista,
concedida à Folha de S.Paulo, ele reconhece que há uma guerra entre o
Ministério Público e a Polícia Federal pelo controle da Lava Jato.
A
delação de Palocci foi fechada pela PF depois da recusa do Ministério Público.
Santos Lima relatou: "Demoramos meses negociando. Não tinha provas
suficientes. Não tinha bons caminhos investigativos. Fora isso, qual era a
expectativa? De algo, como diz a mídia, do fim do mundo. Está mais para o
acordo do fim da picada. Essas expectativas não vão se revelar verdadeiras. O
instituto é o problema? Eu acho que a PF fez esse acordo para provar que tinha
poder de fazer".
Ele
reconheceu que o caso Palocci foi uma "queda de braço" entre as
equipes da PF e do MP e atacou a Polícia Federal: "(...) a porta da frente
dos acordos sempre será o Ministério Público. A porta dos fundos é da PF. As
pessoas irão à PF se não tiverem acordo conosco." A declaração revela o
estado de balbúrdia institucional da Lava Jato.
Na
mesma entrevista, ele admitiu também que as delações de Delcídio do Amaral,
decisiva para a campanha de ódio ao PT, e de Sérgio Machado, tinham graves
defeitos: "Quando você faz com excesso de rapidez, corre o risco de fazer
colaborações mal feitas. Delcídio, na minha opinião, quase nem se
autoincrimina. A primeira coisa é o colaborador falar os crimes que cometeu.
(...) No caso do Sérgio Machado, no final das contas, o principal sequer foi
denunciado. Aquelas conversas supostamente com membros do Congresso e
ex-parlamentares, que geraram até pedido de prisão no Supremo, sequer
movimentaram uma denúncia. Aquela gravação era um bom início de negociação, mas
não era um fim em si mesma. A gente tem que tomar muito cuidado com excesso de
vontade de conseguir certos documentos, provas, gravações".
Leia
íntegra da entrevista aqui.
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