A Polícia Civil continua a investigação sobre o atropelamento
que matou o ex-jogador de vôlei e secretário de Esportes de Assis
Chateaubriand Elder Coutinho, de 29 anos, e deixou duas crianças feridas em um
ginásio da cidade. A investigação acredita que o crime tenha motivação
passional. Em depoimento, a esposa do motorista confessou ter tido uma relação
extraconjugal com a vítima. O motorista está preso.
A mulher é professora do núcleo regional de
educação de Assis Chateaubriand e declarou que conheceu Elder Coutinho em razão
dos trabalhos que realizavam juntos na época de jogos escolares do município.
Em maio, eles teriam tido um relacionamento breve. No depoimento, ela afirma
que na última terça-feira (3) o marido encontrou mensagens trocadas entre ela e
Coutinho e que confessou sobre a traição acreditando que ele conseguiria
superá-la.
Ainda em depoimento, a mulher afirma que o marido
não havia feito ameaças contra ela ou Elder Coutinho e que no dia do
atropelamento apenas recebeu uma ligação, por volta das 8h15, pedindo para
buscá-lo no ginásio de esportes pois havia se envolvido em um acidente de
trânsito. Ela encontrou o marido e depois o levou para a delegacia da Polícia
Militar para registrar o boletim de ocorrência.
“Ele teve a intenção de atropelar a vítima e
assumiu o risco de causar a morte. Pelo motivo fútil e irrelevante que foi
praticado o crime, caracterizamos o flagrante dele por crime qualificado”,
afirma o delegado responsável pelo caso, Thiago da Silva Teixeira.
(Foto: Reprodução) |
Além dos
depoimentos, a investigação também coletou imagens de câmeras de monitoramento
que flagraram a caminhonete circulando próxima do ginásio de esportes. Em um
dos vídeos, o motorista fica observando o local por mais de 20 minutos. Depois,
ele vai para outro ponto em que fica parada na rotatória de uma avenida, ao
lado de um posto de combustíveis, e arranca em direção ao local em que houve o
atropelamento.
Investigação
Inicialmente,
o caso era investigado como acidente. Coutinho foi atropelado no momento em que
entrava no ginásio em que teria uma reunião com um professor de basquete. A
caminhonete ficou a poucos metros da quadra esportiva. No local, crianças e
adolescentes aguardavam o início de um treino de futsal e duas ficaram
levemente feridas.
No
primeiro depoimento, o motorista disse que teria perdido o controle da direção
em uma rotatória e acabou acelerando o veículo ao invés de frear. No segundo
interrogatório, o motorista permaneceu em silêncio.
A
polícia colheu depoimento de testemunhas e trata o caso como assassinato.
Segundo o delegado responsável pelo caso, Thiago da Silva Teixeira, as
testemunhas foram ouvidas não sobre o fato, mas sim sobre o histórico e relação
entre a vítima e o motorista.
“Tivemos
ciência dos fatos e realizamos diligências. Pelos elementos de informação
colhidos até o momento, o caso está sendo tratado como homicídio qualificado e
não como um acidente. Ele teria tido intenção de atingir a vítima”, comentou
o delegado em entrevista à RPC Cascavel.
Carreira
Elder Coutinho foi levantador do Maringá Vôlei de
2015 a 2017 e passou por diversas equipes profissionais no país. Ele se
desligou da equipe para assumir o cargo de secretário de Esportes em Assis
Chateaubriand no ano passado. Em nota, o Maringá Vôlei lamentou a morte do
atleta.
(Foto: Reprodução Maringá Volei) |
O corpo de Coutinho foi sepultado na manhã de sexta-feira (6).
Fonte:
Paranaportal
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