A defesa do ex-presidente Lula sustenta a falsidade de
documentos apresentados pela Odebrecht e pelo MPF; no parecer, o ministério diz
que a palavra do ex-advogado da Odebrecht Taclan Duran não merece valor porque
ele foi acusado de crimes graves e teve a prisão decretada
247 - O Ministério Público Federal no Rio Grande do Sul deu
novo parecer no recurso interposto pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva. Os advogados dele queriam sustentar a falsidade de documentos
apresentados pela Odebrecht e pelo próprio MPF. No parecer, o ministério diz
que a palavra do ex-advogado da Odebrecht Taclan Duran não merece valor porque
ele foi acusado de crimes graves e teve a prisão decretada.
"A prova
pericial foi inconclusiva sobre a falsidade dos documentos submetidos à perícia
e a prova testemunhal em nada contribui para elucidar a questão, razão pela
qual deve ser mantida a sentença que julgou improcedente o incidente de
falsidade", diz o parecer. "Não é imprescindível a oitiva de
testemunha residente no exterior, que responde a crime de lavagem de dinheiro e
que se encontra foragida, desprovida de qualquer outro elemento de
corroboração", acrescenta.
Em
maio, a defesa de Lula sustentou em recurso que o depoimento de Tacla Duran é
necessário para comprovar que documentos apresentados pelo MPF e pela Odebrecht
no processo que trata de um suposto imóvel destinado ao Instituto Lula foram
adulterados e não podem servir de prova.
Vale
ressaltar que, em junho, o ex-advogado da Odebrecht Rodrigo Tacla Duran afirmou,
em audiência na Câmara dos Deputados, que Lula teve seu direito de defesa
cerceado, porque o testemunho dele foi negado. "Não querem me ouvir porque
têm medo do que eu tenho a dizer", disse Tacla.
Na
ocasião, ele disse que a Justiça não o deixará falar sobre processo algum
porque ele revela o esquema de venda de proteção na Operação Lava Jato, da
Polícia Federal.
Tacla
também citou um nome ligado a Sérgio Moro, o advogado Zucolotto, que também
venderia proteção na Lava Jato. Em novembro do ano passado, Duran afirmou que
Zucolotto lhe ofereceu reduzir sua multa de US$ 15 milhões para US$ 5 milhões
se o pagamento fosse feito em uma conta bancária em Andorra. "Percebi que
as preocupações eram estritamente financeiras", disse o advogado.
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