Rosinei Coutinho/SCO/STF |
A mídia conservadora, em especial os veículos da família
Marinho, está ameaçando abertamente o ministro Dias Toffoli, que assume a
presidência do STF em setembro; o objetivo é impedir que o sucessor de Cármen
Lúcia assuma com independência; o tom foi dado por Miriam Leitão, em O Globo, na última terça
(10): "Dias Toffoli é leal ao PT ou às leis?"; o artigo é um
verdadeiro editorial de uma das porta-vozes informais dos Marinho
247 - A mídia
conservadora, em especial os veículos da família Marinho, está em campanha de
ameaças explícitas contra o ministro Dias Toffoli, que assume a presidência do
Supremo Tribunal Federal (STF) em setembro. O objetivo é impedir que o sucessor
de Cármen Lúcia assuma a cadeira com independência. Tudo converge para a mesma
alegação: Toffoli seria quase que um "infiltrado" do PT no STF. O tom
foi dado pela colunista Miriam Leitão, em O Globo, na última
terça (10): "Dias Toffoli é leal ao PT ou às leis?" -o artigo, em tom
de editorial, é assinado por Leitão, mas ela divide com outro jornalista,
Merval Pereira, a função de porta-voz informal da família Marinho.
É um
festival de pressão e ameaças, sem qualquer sutileza: "Toffoli vai assumir
presidência do STF e pode soltar Lula em julho" (Correio Braziliense);
"Ex-advogado do PT vai presidir o STF no auge do caso Lula" (Gazeta
do Povo); "'Toffoli é o Favreto do Supremo'" (O Estado de S.Paulo);
"O Brasil não vai aguentar Dias Toffoli na Presidência do STF" (Jovem
Pan).
Os
comentaristas da Globo
News, da rádio CBN e outros veículos dos Marinho a todo momento
cutucam Toffoli, apontando sua ligação passada com o PT como se fosse uma
advertência. Mesmo o Valor Econômico, também da família Marinho, que se
apresenta como uma voz "racional e equilibrada" do mercado, não
escapa à tentativa de estigmatizar o ministro. Em reportagem publicada nesta
sexta (13) que busca se diferenciar do espírito de campanha aberta dos demais
veículos da casa, o texto, lá pelas tantas, carimba: "Toffoli trabalhou
arduamente no Supremo para se livrar do selo petista carimbado em sua testa.
Trata-se, porém, de um passado de intimidade com o partido. A lista é longa:
foi colaborador do governo de Luíza Erundina na Prefeitura de São Paulo, quando
ela era do PT, no início dos anos 90; consultor Jurídico do Departamento
Nacional dos Trabalhadores Rurais da CUT Nacional de 1993 a 1994; assessor
parlamentar na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo em 1995 (do
deputado Arlindo Chinaglia, do PT); assessor jurídico da liderança do PT na
Câmara de 1995 a 2000; advogado eleitoral das duas campanhas vitoriosas do
ex-presidente Lula (em 2002 e em 2006); subchefe para Assuntos Jurídicos da
Casa Civil na gestão de José Dirceu (de janeiro de 2003 a julho de 2005) e
advogado-geral da União (de março de 2007 a outubro de 2009)" (a íntegra
pode ser lida aqui).
Não há
registro de reportagem similar para a longa trajetória de Alexandre de Moraes
com o PSDB.
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