Caos econômico provocado pela aliança formada por PSDB e MDB,
primeiro para derrubar Dilma e depois como consequência da política de Michel
Temer e Henrique Meirelles, só será superado em 2020, aponta a Fundação Getúlio
Vargas; estudo inédito da economista Silvia Matos aponta que levaremos 16
trimestres - quatro anos - para voltar ao mesmo nível de Produto Interno Bruto
(PIB) de 2014; será o maior período de recessão já vivido pelo país, desde os
anos 1980
247 - Estudo inédito da
economista Silvia Matos, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), aponta que levaremos
16 trimestres - quatro anos - para voltar ao mesmo nível de Produto Interno
Bruto (PIB) de 2014. Será o maior período de recuperação de todas as recessões
já vividas pelo país, desde os anos 1980. Somando os cinco trimestres desde a
recuperação inócua, no início de 2017, o Brasil ainda está 5,5% abaixo do PIB
de 2014, sendo que, segundo a pesquisadora, serão necessários mais 11
trimestres para voltarmos ao ponto inicial da crise. Ou seja: a lambança
golpista capitaneada pela dupla Temer-Meirelles só começará a ser superada em
2020.
'Mesmo em recessões longas, como a de 1989, o ritmo de crescimento depois foi
mais forte. Levar mais três anos para voltar a 2014 será inédito na História
brasileira. A previsão é com base no crescimento médio desde o fim da recessão,
em torno de 0,5% por trimestre', comenta Matos, em reportagem de Cássia Almeida, no jornal O
Globo.
"A
economista alerta que tantos anos de recessão e baixo crescimento vão tornando
o país menos capaz de produzir expansão econômica, com a mão de obra mais
despreparada pelo tempo fora do mercado, e sem investimento, o que também
diminuiu nossa capacidade de produção. Pelas contas da economista, o PIB
potencial, o teto da nossa expansão sem gerar inflação, é de 1,5%. Já foi de
4%. Silvio Campos Neto, da Tendências,
chegou a resultado semelhante. Calcula que voltaremos ao nível de 2014 no
terceiro trimestre de 2020, um trimestre antes do que prevê Silvia. Ele espera
uma expansão média de 0,6%. São 26 trimestres entre recessão e recuperação:
(...)
O
tempo de recuperação pode ser ainda maior do que os quatro anos, se a confiança
de empresários e consumidores continuar baixa como mostraram as últimas sondagens.
Em maio, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) constatou que o índice de
confiança havia caído 5,9% por causa da greve dos caminhoneiros. Em junho, com
o impacto do movimento já reduzido, subiu 0,6%, nem de longe recuperando as
perdas do mês anterior. 'Não houve
aprofundamento do processo. Mas o número parece trazer uma nova dimensão de
incerteza relacionada ao resultado das eleições. Não temos ainda um sinal de
quais candidatos irão para o segundo turno. E não há clareza nas propostas dos
candidatos sobre a questão fiscal e a reforma da Previdência. Temos déficits
elevados desde 2014, essa sequência tem que ser interrompida', afirma Flávio
Castelo Branco, gerente-executivo de Política Econômica da CNI."
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