Começou nesta sexta a grande guerra geopolítica e econômica
do século 21 entre EUA e China; Brasil e América Latina são palco dessa
disputa: China é o maior parceiro do Brasil e de toda a região, exceto o
México; Brasil exportou US$ 47 bi para a China em 2017 e apenas 56% disso
para os EUA; governo Temer está vendendo o país aos EUA, com iniciativas como a
privatização do pré-sal e a venda da Embraer à Boeing, ameaçando a posição
global do Brasil
247 - Começou à
meia noite desta sexta (6) a grande guerra geopolítica e econômica do século 21
entre as duas grandes potências globais os EUA e China. A potência em
decadência, os EUA de Donald Trump, abriu a guerra contra a China de Xi
Jinping. O Brasil e a América Latina são um palco dessa disputa. A China é hoje
o maior parceiro comercial do Brasil e de toda a região, exceto o México,
devido ao Nafta. O Brasil exportou US$ 47,4 bilhões para a China em 2017 e
apenas 56% disso para os EUA -US$ 26,8 bilhões. Os golpistas, no entanto, estão
vendendo o país aos EUA, com a privatização do pré-sal e a venda da Embraer à
Boeing, entre outras iniciativas, ameaçando a posição global do Brasil.
Foram
semanas de discussões e temores em todo o mundo, com a vã esperança de que
Trump recuasse. Mas ele, que considera a China como inimiga estratégica dos
EUA, ao lado da Rússia, confirmou que a partir da meia-noite de quinta para
hoje começam a valer as tarifas de US$ 34 bilhões para bens chineses, dando
início assim à guerra comercial. O governo chinês emitiu um comunicado duro na
manhã desta sexta, acusando os EUA de "desencadearam a maior guerra
comercial na história da economia" e anunciaram que estão retaliando com
tarifas de valor equivalente aos produtos americanos (leia aqui).
A
relação comercial entre Brasil e China é extremamente saudável para os
brasileiros. De acordo com dados do Ministério da Indústria, Comércio
Exterior e Serviços (MDIC), em 2017, as exportações brasileiras para a China
totalizaram US$ 47,488 bilhões, enquanto as importações de produtos chineses
somaram US$ 27,321 bilhões. Com isso, ano passado, o intercâmbio com os
chineses gerou para o Brasil um superávit de US$ 20,167 bilhões. O mesmo não se
pode dizer da relação com os EUA. O fluxo é bem menor: o total do comércio
exterior do Brasil com a China em 2017 (exportações + importações) foi US$ 74,7
bilhões contra US$ 51,6 bi com os EUA. Além disso, ao longo dos anos, o país
tem acumulado déficits com o país de Trump. Entre os anos de 2009 e
2016, os americanos acumularam um saldo de US$ 47,801 bilhões nas trocas
comerciais com o Brasil. Só em 2017 o fluxo de comércio entre os dois países
proporcionou ao Brasil um pequeno saldo, de US$ 2,026 bilhões.
O
Brasil tornou-se um parceiro estratégico para a China. Para ter uma ideia
do incremento das relações comerciais entre os dois países, em 2007 o Brasil
era o 19º que mais comercializava com a China e, em julho deste ano, entrou
para o rol dos dez maiores parceiros, ultrapassando a Rússia. No mês passado, o
Brasil passou a Índia. Hoje é o 9º maior parceiro comercial dos chineses.
É esta
posição estratégica que o Brasil ocupa hoje e foi construída ao longo dos
governos Lula e Dilma que o golpe de Temer/PSDB está colocando em risco no
momento de deflagração da maior guerra comercial da história. Os EUA
submeteram, exploraram e, mais recentemente, desprezaram a América Latina e
deixaram espaço aberto para as relações entre a China e os países da região,
sob governos progressistas. Com isso, hoje, a China é o maior parceiro
comercial de praticamente todos os principais países latino-americanos, como
Brasil, Argentina, Colômbia, Chile, Peru, Paraguai e Venezuela, entre outros. O
México, espremido pelo acordo comercial Nafta, que tornou o país numa extensão
dos EUA, poderá aos poucos mudar seu posicionamento com o governo progressista
de Lópes Obrador, eleito no último domingo.
Nafta é
sigla em inglês de North American Free Trade Agreement (Tratado Norte-Americano
de Livre Comércio), um bloco econômico formado pelos Estados Unidos da América,
Canadá e México. O acordo reduziu ou eliminou as barreiras comerciais entre os
três países que formam a América do Norte. Começou a funcionar em 1994 e tornou
o México um quintal da economia e das empresas dos EUA.
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