sexta-feira, 6 de julho de 2018

Começa guerra do século 21; China é maior parceiro do Brasil, mas golpistas vendem país aos EUA


Começou nesta sexta a grande guerra geopolítica e econômica do século 21 entre EUA e China; Brasil e América Latina são palco dessa disputa: China é o maior parceiro do Brasil e de toda a região, exceto o México; Brasil exportou US$ 47 bi para a China em 2017 e apenas 56% disso para os EUA; governo Temer está vendendo o país aos EUA, com iniciativas como a privatização do pré-sal e a venda da Embraer à Boeing, ameaçando a posição global do Brasil
247 - Começou à meia noite desta sexta (6) a grande guerra geopolítica e econômica do século 21 entre as duas grandes potências globais os EUA e China. A potência em decadência, os EUA de Donald Trump, abriu a guerra contra a China de Xi Jinping. O Brasil e a América Latina são um palco dessa disputa. A China é hoje o maior parceiro comercial do Brasil e de toda a região, exceto o México, devido ao Nafta. O Brasil exportou US$ 47,4 bilhões para a China em 2017 e apenas 56% disso para os EUA -US$ 26,8 bilhões. Os golpistas, no entanto, estão vendendo o país aos EUA, com a privatização do pré-sal e a venda da Embraer à Boeing, entre outras iniciativas, ameaçando a posição global do Brasil.
Foram semanas de discussões e temores em todo o mundo, com a vã esperança de que Trump recuasse. Mas ele, que considera a China como inimiga estratégica dos EUA, ao lado da Rússia, confirmou que a partir da meia-noite de quinta para hoje começam a valer as tarifas de US$ 34 bilhões para bens chineses, dando início assim à guerra comercial. O governo chinês emitiu um comunicado duro na manhã desta sexta, acusando os EUA de "desencadearam a maior guerra comercial na história da economia" e anunciaram que estão retaliando com tarifas de valor equivalente aos produtos americanos (leia aqui).
A relação comercial entre Brasil e China é extremamente saudável para os brasileiros. De acordo com dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), em 2017, as exportações brasileiras para a China totalizaram US$ 47,488 bilhões, enquanto as importações de produtos chineses somaram US$  27,321 bilhões. Com isso, ano passado, o intercâmbio com os chineses gerou para o Brasil um superávit de US$ 20,167 bilhões. O mesmo não se pode dizer da relação com os EUA. O fluxo é bem menor: o total do comércio exterior do Brasil com a China em 2017 (exportações + importações) foi US$ 74,7 bilhões contra US$ 51,6 bi com os EUA. Além disso, ao longo dos anos, o país tem acumulado déficits com o país de Trump. Entre os anos de  2009 e 2016, os americanos acumularam um saldo de US$ 47,801 bilhões nas trocas comerciais com o Brasil. Só em 2017 o fluxo de comércio entre os dois países proporcionou ao Brasil um pequeno saldo, de US$ 2,026 bilhões.  
O Brasil tornou-se um parceiro estratégico para a China. Para ter uma ideia do incremento das relações comerciais entre os dois países, em 2007 o Brasil era o 19º que mais comercializava com a China e, em julho deste ano, entrou para o rol dos dez maiores parceiros, ultrapassando a Rússia. No mês passado, o Brasil passou a Índia. Hoje é o 9º maior parceiro comercial dos chineses. 
É esta posição estratégica que o Brasil ocupa hoje e foi construída ao longo dos governos Lula e Dilma que o golpe de Temer/PSDB está colocando em risco no momento de deflagração da maior guerra comercial da história. Os EUA submeteram, exploraram e, mais recentemente, desprezaram a América Latina e deixaram espaço aberto para as relações entre a China e os países da região, sob governos progressistas. Com isso, hoje, a China é o maior parceiro comercial de praticamente todos os principais países latino-americanos, como Brasil, Argentina, Colômbia, Chile, Peru, Paraguai e Venezuela, entre outros. O México, espremido pelo acordo comercial Nafta, que tornou o país numa extensão dos EUA, poderá aos poucos mudar seu posicionamento com o governo progressista de Lópes Obrador, eleito no último domingo. 
Nafta é sigla em inglês de North American Free Trade Agreement (Tratado Norte-Americano de Livre Comércio), um bloco econômico formado pelos Estados Unidos da América, Canadá e México. O acordo reduziu ou eliminou as barreiras comerciais entre os três países que formam a América do Norte. Começou a funcionar em 1994 e tornou o México um quintal da economia e das empresas dos EUA.


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