Moreira Mariz |
O senador Roberto Requião (MDB-PR) fez um discurso
contundente na tribuna do Senado onde pediu que o Congresso Nacional instale
uma comissão de emergência, junto com a Câmara, para avaliar a atual crise para
apontar formas imediatas de superação; segundo o senador, "todas as
instituições da República estão derretidas" sendo necessário que o
Congresso Nacional firme sua legitimidade através de um pacto para retomar o
crescimento da economia e do emprego"
247 - O senador Roberto
Requião (MDB-PR) fez um discurso contundente na tribuna do Senado onde pediu
que o Congresso Nacional instale uma comissão de emergência, junto com a
Câmara, para avaliar a atual crise para apontar formas imediatas de superação.
Segundo o senador, "todas as instituições da República estão
derretidas" sendo necessário que o Congresso Nacional firme sua
legitimidade através de um pacto para retomar o crescimento da economia e do
emprego".
"Estamos
numa situação de caos absoluto. Não há nenhuma instituição republicana que
funcione regularmente. Executivo, Legislativo e Judiciário estão virtualmente
derretidos e sem qualquer credibilidade perante a opinião pública. A economia
está num estado de contração ou de depressão, sinalizando a grande tragédia
desses últimos anos, uma taxa de desemprego que viola direitos de cidadania e
direitos humanos", discursou Requião.
"Não
estamos enxergando o turbilhão social que se avoluma a nossa volta.
Comportamo-nos como em tempos de normalidade", ressaltou o parlamentar.
"O Congresso Nacional tem que assumir suas responsabilidades no
encaminhamento de uma solução para o caos em que vivemos", clamou.
"Não
há composição possível de interesses desses setores de escala nacional dentro
da "normalidade" do mercado. O Governo terá que intervir. Ou intervém
logo, abdicando das soluções neoliberais que apenas jogam mais lenha na
fogueira, ou, diante do caos, acabará expulso do Planalto pela cidadania
organizada - ou, pior ainda, pela turba inorgânica que nos levará de caos em
caos até a emergência de uma impossível solução pré-revolucionária que, na
ausência de organização popular, levaria a uma intervenção militar",
assinalou.
"É
uma obrigação cívica deste Senado, através de seu presidente, propor ao
presidente da Câmara a constituição de uma comissão conjunta para fazer uma
avaliação suprapartidária e supra-ideológica de nossa situação com vistas ao
encaminhamento patriótico de uma solução que interesse sobretudo ao povo. Os
últimos desdobramentos no plano social e político já nos indicam uma situação
de impasse na relação do povo com o Governo, o que justifica uma intervenção
saneadora do Parlamento", disse.
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