terça-feira, 12 de junho de 2018

PT disputa PSB com Ciro


O PT está em uma queda de braço com Ciro Gomes para conquistar o PSB; Gleisi Hoffmann acredita que com a composição dos palanques regionais e das chapas proporcionais o PT pode costurar acordos que levariam o PSB a apoiar o candidatura do partido à Presidência: "A prioridade do PSB é eleger governadores e fazer uma boa bancada federal. O PT tem mais a lhes ajudar nisso que o PDT"
247 - O PT está em uma queda de braço com Ciro Gomes para conquistar o PSB para as eleições deste ano. A presidente do partido, senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) acredita que com a composição dos palanques regionais e das chapas proporcionais o PT pode costurar  acordos que levariam o PSB a apoiar o candidatura do partido à Presidência: "A prioridade do PSB é eleger governadores e fazer uma boa bancada federal. O PT tem mais a lhes ajudar nisso que o PDT".
A maior concessão que o PT tem a fazer ao PSB é a retirada da pré-candidatura de Marília Arraes ao governo de Pernambuco. A vereadora do PT, prima do governador Eduardo Campos, falecido em 2014, e neta de Miguel Arraes, encosta no governador Paulo Câmara nas pesquisas no Estado. O governador, o principal que o PSB elegeu como cabeça de chapa (Márcio França, de São Paulo, foi eleito vice), comanda o núcleo com o maior número de votos no diretório nacional do PSB.
Os repórteres Maria Cristina Fernandes, Ricardo Mendonça e Cristiane Agostine do Valor Econômico relatam que Gleisi elogia Marília Arraes, mas sinaliza com a retirada de sua pré-candidatura ao governo pernambucano como parte do acordo: "A aliança nacional é a prioridade para o PT". A dirigente petista diz ter avaliado como positivas declarações recentes do presidente do PSB, Carlos Siqueira, por entender que ele "admite" a hipótese de acordo nacional com o PT.
O PT também oferece apoio ao PSB na Paraíba, no Amazonas e no Amapá, praças em que o partido é competitivo na disputa majoritária. Em Minas, os petistas trabalham para convencer o ex-prefeito de Belo Horizonte Marcio Lacerda (PSB) a desistir de sua pré-candidatura ao governo do Estado e disputar o Senado na chapa do governador Fernando Pimentel, que tenta a reeleição. Desde o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, Pimentel ocupa o principal cargo Executivo em poder do partido.
"A presidenta foi para Minas para ajudar", diz Gleisi, em relação à transferência do registro eleitoral de Dilma para Minas Gerais. A pré-candidatura da ex-presidente ao Senado deu início a uma guerra aberta entre Pimentel e seus aliados do MDB, que querem as duas vagas do Senado da chapa para o partido.
A despeito de sugerir que Dilma não será empecilho aos planos do PT no Estado, Gleisi descarta uma candidatura da ex-presidente à Câmara dos Deputados. Sugere que uma chapa ao Senado que reúna Lacerda e Dilma fortaleceria a adesão do PSB ao projeto de Pimentel e o ajudaria a ganhar autonomia em relação ao MDB mineiro. O governador, no entanto, enfrenta uma difícil campanha à reeleição no Estado, onde enfrentará o senador e ex-governador Antonio Anastasia (PSDB).
Como parte da negociação pelo apoio nacional do PSB, o PT mantém em aberto a vaga de vice na chapa presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva, que poderia ser indicada pelo partido aliado. A participação como vice na chapa também é negociada com o PCdoB, que poderia retirar a pré-candidatura presidencial da deputada Manuela d'Ávila.
Ao falar sobre a articulação de Ciro Gomes para tentar atrair o PSB, Gleisi diz que as alianças estaduais entre PT e PSB são mais fáceis e cita dois Estados em que o PDT disputa com o aliado: Amazonas e Amapá.
A dirigente petista diz ainda que acredita em um acordo com Ciro Gomes no segundo turno. "Estaremos todos juntos".


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