O PT está em uma queda de braço com Ciro Gomes para
conquistar o PSB; Gleisi Hoffmann acredita que com a composição dos palanques
regionais e das chapas proporcionais o PT pode costurar acordos que levariam o
PSB a apoiar o candidatura do partido à Presidência: "A prioridade do PSB
é eleger governadores e fazer uma boa bancada federal. O PT tem mais a lhes
ajudar nisso que o PDT"
247 - O PT está em
uma queda de braço com Ciro Gomes para conquistar o PSB para as eleições deste
ano. A presidente do partido, senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) acredita que com
a composição dos palanques regionais e das chapas proporcionais o PT pode
costurar acordos que levariam o PSB a apoiar o candidatura do partido à
Presidência: "A prioridade do PSB é eleger governadores e fazer uma boa
bancada federal. O PT tem mais a lhes ajudar nisso que o PDT".
A maior
concessão que o PT tem a fazer ao PSB é a retirada da pré-candidatura de
Marília Arraes ao governo de Pernambuco. A vereadora do PT, prima do governador
Eduardo Campos, falecido em 2014, e neta de Miguel Arraes, encosta no
governador Paulo Câmara nas pesquisas no Estado. O governador, o principal que
o PSB elegeu como cabeça de chapa (Márcio França, de São Paulo, foi eleito
vice), comanda o núcleo com o maior número de votos no diretório nacional do
PSB.
Os
repórteres Maria Cristina Fernandes, Ricardo Mendonça e Cristiane Agostine do
Valor Econômico relatam que Gleisi elogia Marília Arraes, mas sinaliza com a
retirada de sua pré-candidatura ao governo pernambucano como parte do acordo:
"A aliança nacional é a prioridade para o PT". A dirigente petista
diz ter avaliado como positivas declarações recentes do presidente do PSB,
Carlos Siqueira, por entender que ele "admite" a hipótese de acordo
nacional com o PT.
O PT
também oferece apoio ao PSB na Paraíba, no Amazonas e no Amapá, praças em que o
partido é competitivo na disputa majoritária. Em Minas, os petistas trabalham
para convencer o ex-prefeito de Belo Horizonte Marcio Lacerda (PSB) a desistir
de sua pré-candidatura ao governo do Estado e disputar o Senado na chapa do
governador Fernando Pimentel, que tenta a reeleição. Desde o impeachment da
ex-presidente Dilma Rousseff, Pimentel ocupa o principal cargo Executivo em
poder do partido.
"A
presidenta foi para Minas para ajudar", diz Gleisi, em relação à
transferência do registro eleitoral de Dilma para Minas Gerais. A
pré-candidatura da ex-presidente ao Senado deu início a uma guerra aberta entre
Pimentel e seus aliados do MDB, que querem as duas vagas do Senado da chapa
para o partido.
A
despeito de sugerir que Dilma não será empecilho aos planos do PT no Estado,
Gleisi descarta uma candidatura da ex-presidente à Câmara dos Deputados. Sugere
que uma chapa ao Senado que reúna Lacerda e Dilma fortaleceria a adesão do PSB
ao projeto de Pimentel e o ajudaria a ganhar autonomia em relação ao MDB
mineiro. O governador, no entanto, enfrenta uma difícil campanha à reeleição no
Estado, onde enfrentará o senador e ex-governador Antonio Anastasia (PSDB).
Como
parte da negociação pelo apoio nacional do PSB, o PT mantém em aberto a vaga de
vice na chapa presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva, que poderia ser
indicada pelo partido aliado. A participação como vice na chapa também é
negociada com o PCdoB, que poderia retirar a pré-candidatura presidencial da
deputada Manuela d'Ávila.
Ao
falar sobre a articulação de Ciro Gomes para tentar atrair o PSB, Gleisi diz
que as alianças estaduais entre PT e PSB são mais fáceis e cita dois Estados em
que o PDT disputa com o aliado: Amazonas e Amapá.
A
dirigente petista diz ainda que acredita em um acordo com Ciro Gomes no segundo
turno. "Estaremos todos juntos".
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