Federação Única dos Petroleiros (FUP) criticou a 4ª
rodada de licitação do pré-sal, que aconteceu nesta manhã (7) no Rio de
Janeiro, que entregou áreas nas bacias de Campos e Santos a preços vis; FUP
destaca que cada barril saiu ao preço médio de R$ 0,26; "Os três campos
leiloados - Dois Irmãos (na Bacia de Campos), Três Marias e Uirapuru (na Bacia
de Santos) - contêm reservas estimadas de 12,132 bilhões de barris de
petróleo", dizem os petroleiros
247 - A Federação
Única dos Petroleiros (FUP) criticou a 4ª rodada de licitação do pré-sal,
que aconteceu nesta manhã (7) no Rio de Janeiro, que entregou áreas nas bacias
de Campos e Santos a preços vis.
Em
material divulgado à imprensa, a FUP destaca que cada barril saiu ao preço médio
de R$ 0,26. "Os três campos leiloados - Dois Irmãos (na Bacia de Campos),
Três Marias e Uirapuru (na Bacia de Santos) - contêm reservas estimadas de
12,132 bilhões de barris de petróleo", dizem os petroleiros.
Leia,
abaixo, o texto da FUP na íntegra:
Origem do golpe, Pré-Sal é cada vez mais dos gringos
Mergulhado
em escândalos de corrupção e sem apoio algum da população, o governo Temer
entregou mais oito bilhões de barris de petróleo às multinacionais, ao concluir
nesta quinta-feira (07) a 4ª Rodada de Licitações do Pré-Sal, onde cada barril
saiu ao preço médio de R$ 0,26. Os três campos leiloados - Dois Irmãos (na
Bacia de Campos), Três Marias e Uirapuru (na Bacia de Santos) - contêm reservas
estimadas de 12,132 bilhões de barris de petróleo. A Petrobrás, mesmo pagando o
maior valor em bônus do leilão (R$ 1 bilhão do total de R$ 3,150 bilhões
arrecadados) e exercendo a preferência dos 30% de participação mínima nos
consórcios, como prevê a lei, terá direito apenas a 3.999 bilhões de barris. Ou
seja, 33% das reservas licitadas.
A
petrolífera norueguesa Statoil foi a grande vencedora do leilão, ao abocanhar
2.783 bilhões de reservas de petróleo com participações estratégicas nos blocos
de Uirapuru e Dois Irmãos. A norte-americana ExxonMobil, que estreou como
operadora no Brasil em setembro passado e já havia sido beneficiada com blocos
da franja do Pré-Sal nas 14ª e 13ª Rodadas, avançou consideravelmente sobre as
reservas do país, ao garantir mais 2.184 bilhões de barris de petróleo com os
28% de participação no valiosíssimo campo de Uirapuru, que está
estrategicamente localizado ao lado de Carcará. Na gestão Pedro Parente, a
Petrobrás entregou à Statoil 66% da participação que tinha nesse mega campo da
Bacia de Santos. Agora, a Statoil e a Exxon terão juntas 56% de Uirapuru, após
pagarem em média R$ 0,30 por cada um dos 7,8 bilhões de barris de reserva do
campo.
Sem a luta da FUP, nem 30% a Petrobrás teria
"É
bom lembrar que os 30% de participação que a Petrobrás garantiu nos campos
leiloados só foram possíveis em função da resistência da FUP em 2015 e em 2016,
quando a Shell e outras multinacionais, através do projeto de Serra,
conseguiram alterar a Lei da Partilha, e tiraram da nossa empresa a
exclusividade na operação do Pré-Sal. A resistência da FUP e de seus sindicatos
que garantiu à Petrobrás exercer pelo menos a preferência dos 30%, pois o
projeto original era acabar também com a participação mínima da empresa",
recorda o coordenador geral da FUP, Simão Zanardi, se referindo ao PLS 131/2015
do senador José Serra (PSDB/SP), que foi aprovado no Congresso Nacional, em
outubro de 2016, logo após o golpe do impeachment da ex-presidente Dilma
Rousseff. "Se não fosse a luta da FUP, nem esses 30% a Petrobrás
teria", ressalta Zanardi.
Em dois anos de golpe, cinco leilões de petróleo
Em dois
anos do golpe, o governo Temer já realizou cinco leilões de petróleo, onde
entregou às multinacionais áreas preciosas do Pré-Sal, enquanto o povo
brasileiro é obrigado a pagar preços absurdos pela gasolina, diesel e gás de
cozinha. Considerada a maior descoberta de petróleo da atualidade, o Pré-Sal
com pouco mais de dez anos de exploração, já representa cerca de 55% de toda a
produção brasileira. Somente um poço produz em média 50 mil barris por dia, o
que representa 63% de toda a produção da Itália e 35% da Dinamarca. Muitos
países sequer conseguem produzir a quantidade que um único poço do Pré-Sal
produz.
"A
entrega dessas reservas está condenando gerações futuras a não poder desfrutar
da riqueza desse recurso natural que foi descoberto pela Petrobrás e está sendo
apropriado pelas multinacionais", afirma Simão Zanardi. "Estamos
vendendo petróleo para depois importar derivados, isso significa exterminar com
a produção nacional. Voltamos ao colonialismo dos tempos de Fernando Henrique
Cardoso", alerta, ressaltando que a Petrobrás faz o jogo do mercado e dos
golpistas ao exportar óleo bruto do Pré-Sal para que as empresas estrangeiras
lucrem com a importação de produtos refinados.
"A
atual gestão da Petrobras está vendendo ao mercado internacional um petróleo
que vai fazer falta ao Brasil. Saiu Pedro Parente e entrou Ivan Monteiro, mas a
política de privatização continua", declara o coordenador da FUP, avisando
que os petroleiros seguirão mobilizados
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