Documento confidencial da Dersa mostra que a estatal paulista
responsável pelas rodovias pagou R$ 191,6 milhões à Odebrecht, por meio de um
acordo de 2009 que foi fraudado; informação está no inquérito que investiga o
pagamento de propina ao então governador, José Serra (PSDB): montante equivale
hoje a R$ 463,8 milhões e, segundo a delação da Odebrecht, a Dersa só aceitou
pagá-lo após a empreiteira acertar uma propina de R$ 23,3 milhões a Serra, que
seria utilizado na campanha presidencial de 2010, em que foi derrotado por
Dilma Rousseff
SP 247 - Documento confidencial da Dersa mostra que a
estatal paulista responsável pelas rodovias pagou R$ 191,6 milhões à Odebrecht,
por meio de um acordo de 2009 que foi fraudado.
A
informação está no inquérito que investiga o pagamento de propina ao então
governador, José Serra (PSDB). O montante equivale hoje a R$ 463,8 milhões e,
segundo a delação da Odebrecht, a Dersa só aceitou pagá-lo após a empreiteira
acertar uma propina de R$ 23,3 milhões a Serra, hoje senador.
Como
relata reportagem de Mario César Carvalho, na
Folha de S. Paulo, a fraude teria ocorrido dentro da estatal, de acordo
com um perito contratado para analisar o processo judicial e o acordo com um
braço da Odebrecht para rodovias, a CBPO.
Duas
obras viraram motivo de disputa entre a Dersa e a CBPO: a duplicação da rodovia
Dom Pedro 1º e a construção da Carvalho Pinto, que foram contratadas em 1988 e
1990, respectivamente, no governo de Orestes Quércia.
Em
janeiro de 2001, a CBPO ingressou com uma ação contra a Dersa na qual cobrava
R$ 93,7 milhões na época (R$ 321 milhões hoje).
A CBPO
perdeu em primeira instância, recorreu e o Tribunal de Justiça concluiu que os
expurgos do Plano Real não feriam a lei, mas a Dersa deixou de aplicar correção
monetária nos pagamentos que atrasara. A Dersa tentou reverter o resultado do
julgamento no Superior Tribunal de Justiça em 2008, mas perdeu.
O
ex-executivo da Odebrecht Pedro Novis contou em delação que foi logo após essa
derrota que o então presidente do PSDB, o ex-senador Sérgio Guerra (1947-2014),
pediu R$ 30 milhões, a quem atendeu a pedido de Serra. O destino do dinheiro
seria a campanha presidencial de Serra de 2010, na qual perderia para Dilma
Rousseff (PT). A Odebrecht topou contribuir com R$ 23,3 milhões, ainda segundo
Novis, desde que a Dersa acertasse as dívidas que já se arrastavam por cerca de
20 anos.
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