Fachin arquivou uma investigação da Polícia Federal que
recaía contra Temer. A apuração era sobre um manuscrito apreendido no gabinete
do senador pelo Piauí Ciro Nogueira (PP), mencionando "Fundo 1.000 Imp 200
RT 200 2 Temer 300 300"
Da Rede Brasil Atual – No mesmo dia
em que negou recurso da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que
cancelou julgamento que poderia libertá-lo, o ministro do Supremo Tribunal
Federal (STF), Edson Fachin, arquivou uma investigação da Polícia Federal (PF)
que recaía contra o presidente golpista Michel Temer. A apuração era sobre um
manuscrito apreendido no gabinete do senador pelo Piauí Ciro Nogueira (PP),
mencionando "Fundo 1.000 Imp 200 RT 200 2 Temer 300 300".
A operação mirava
Nogueira, acusado de compra de silêncio de testemunha e obstrução à Justiça. No
dia 24 de abril deste ano, a PF havia deflagrado uma série de buscas e
apreensões no Congresso Nacional, apreendendo documentos no gabinete de Ciro e
do deputado federal também do PP Eduardo da Fonte (PE).
Ciro
Nogueira e Fonte estariam atuando em associação criminosa junto com outros
parlamentares do PP, Aguinaldo Ribeiro, Arthur Lira, Benedito de Lira, José
Otávio Germano, Luiz Fernando Faria e Nelson Meurer. A investigação é parte de
denúncia do Ministério Público Federal (MPF), de setembro do último ano.
Os
políticos do PP integrariam uma organização criminosa para cometer crimes
dentro da Câmara dos Deputados, para arrecadar "propina por meio da
utilização de diversos órgãos públicos da administração pública direta e
indireta", diz a denúncia. Durante as investigações aventou-se a suspeita
de que os parlamentares estariam tentando destruir provas ou atrapalhar as
apurações.
Porém,
entre tantos documentos apreendidos, um poderia recair diretamente contra o
atual presidente Michel Temer. Ele é relacionado ao lado de números em um
arquivo. Aparecem os caracteres "fundo 1.000, Imp 200, RT 200 2", ao
lado de "Temer 300 300".
A PF
não identificou o que significam tais números e tampouco quis prolongar a
apuração. Por isso, o pedido de arquivamento foi feito pela Procuradora-Geral
da República, Raquel Dodge. Em resposta, o ministro Edson Fachin, relator da
Operação Lava Jato no Supremo, acatou ao pedido.
"À
exceção das hipóteses em que a Procuradora-Geral da República formula pedido de
arquivamento de inquérito sob o fundamento da atipicidade da conduta ou da
extinção da punibilidade, é pacífico o entendimento jurisprudencial desta Corte
considerando obrigatório o deferimento do pedido, independentemente da análise
das razões invocadas", afirmou o ministro em seu despacho.
Fachin
afirmou ainda que a investigação poderá ser retomada, caso surjam novas provas
contra Temer. "Ressalto, todavia, que o arquivamento deferido com fulcro
na ausência de provas suficientes não impede o prosseguimento das investigações
caso futuramente surjam novas evidências".
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