Há uma obsessão da mídia golpista: riscar Lula da história do
país, eliminá-lo da memória da população; os articuladores da campanha contra
Lula não contavam com um protagonista que para eles é irrelevante, o povo; não
é à toda que a mídia, o STF, o Legislativo e Temer são execrados pela
população, como mostra pesquisa divulga ontem e escondida pela Folha de S.Paulo
247 - Há uma
obsessão da mídia golpista, da Globo à Folha de S.Paulo, passando pelos demais
veículos: riscar Lula da história do país, eliminá-lo da memória da população.
São duas estratégias que convergem para este objetivo. A Globo prioriza o
ataque direto a Lula. A Folha, que seguia a estratégia do líder, mudou
recentemente. Tenta ignorar Lula, como se ele não existisse. Antes de qualquer
decisão do Judiciário, decretou que ele não será candidato. Os articuladores da
campanha contra Lula não contavam com um protagonista que para eles é
irrelevante: o povo. As pessoas comuns não esquecem de Lula e prezam pelo maior
líder político do país. Não é à toda que a mídia, o Judiciário, o Legislativo e
Temer são execrados pela população, como mostram as pesquisas.
A Folha
de S. Paulo ensaiou tirar Lula das pesquisas de seu instituto, o DataFolha, mas
foi obrigado a recuar, devido à repercussão negativa. Mas faz de tudo para
cassar o ex-presidente antecipadamente. Em reportagem divulgada no UOL no
domingo, sobre a última rodada de pesquisas, a primeira reportagem que foi ao
ar ignorou a presença de Lula. Lia-se o texto uma, duas, três vezes e a corrida
eleitoral parecia ter dois líderes, Bolsonaro e Marina, ignorado que Lula
disparado o preferido, com 30% das intenções de voto, contra apenas 17% do
capitão-candidato. Pouco tempo depois a versão original do texto foi
substituída por outra, incluindo Lula. A primeira desapareceu do UOL, mas
é possível encontrar rastro da primeira versão na que ainda está no portal (aqui). O que a Folha pretendeu fazer, um
site que é uma espécie de sub-Folha, cópia em ponto menor e versão eletrônica
dos veículos dos Frias, executou. O Poder360 arvorou-se em Tribunal Superior
Eleitoral e, pela vontade de seu proprietário, eliminou Lula de uma pesquisa
eleitoral. A enquete acabou ridicularizada.
Os
veículos da família Marinho preferem o ataque direto: são horas no Jornal
Nacional, na Globo News e demais veículos e programas do grupo para atacar o
ex-presidente. Pesquisas indicam que dois terços do
tempo ou espaço dedicado a Lula são de ataque violento; um terço de noticiário
que poderia ser qualificado de "neutro" e nenhum segundo ou linha de
conotação positiva.
Não é à
toa que a rejeição à mídia é brutal no país. Na mesma rodada da pesquisa
eleitoral divulgada ontem (10), o jornal dos Frias escondeu num pé de reportagem o fato
de que apenas 16% da população brasileira diz confiar totalmente na mídia
conservadora. Para 82%, os meios de comunicação são de pouca ou não
confiam ou nenhuma confiança. O cenário é o mesmo para as demais instituições
que patrocinaram o golpe de 2016: 82% não confiam ou confiam pouco no STF. Sintomaticamente,
é o mesmo percentual dos que consideram o desgoverno de Temer ruim ou péssimo.
Os números em relação ao Congresso são ainda piores. Ou seja: 82% do país
rejeita o golpe e todos aqueles que identifica como ligados a ele.
As
distintas estratégia, de atacar ou tentar eliminar Lula têm dado com os burros
n'água. O país quer Lula e recusa o projeto dos golpistas. O cientista social
Celso de Barros escreveu hoje em sua coluna na mesma Folha de São Paulo sobre o
fracasso completo dos planos do consórcio PSDB/MDB e sócios menores e mais
Judiciário e mídia conservadora:
"Lula
ainda liderava tranquilamente, mesmo depois de condenado, e sem Lula na eleição
a expectativa era de alta abstenção (uma evidente anormalidade). Mas
esperava-se que Lula, depois de preso, perdesse seus votos para outra
candidatura de esquerda.
Da
mesma forma, Bolsonaro, o candidato mais extremista a disputar com chances a
eleição presidencial brasileira em toda a nossa história, aparecia bem
colocado, em segundo lugar, muito à frente dos candidatos de centro-direita.
Mas esperava-se que esses votos de Bolsonaro voltassem para o centro conforme a
candidatura de Alckmin se consolidasse. Faltam quatro meses para a eleição e,
até agora, nada disso aconteceu. Os votos de Lula continuam não indo
para lugar nenhum, e Bolsonaro continua bem na frente de Alckmin. Os votos de
centro-esquerda estão indo para a abstenção, os de centro-direita estão indo
para o extremo.
A nova
pesquisa Datafolha trouxe resultados bem diferentes da realizada em abril.
Os números são quase exatamente os mesmos. Mas esses mesmos números, a tão
pouco tempo da eleição, são um resultado muito diferente.
A discussão central
entre os analistas da eleição de 2018 é se ela será uma eleição
"normal". Haverá de novo uma polarização entre a centro-direita e a
centro-esquerda, como vinha sendo PSDB vs. PT? O peso de estrutura de campanha,
alianças, horário de TV e dinheiro será o mesmo que foi nas eleições
anteriores? Não era esse o quadro no Datafolha de abril. (...)"
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