segunda-feira, 11 de junho de 2018

Mídia golpista quer apagar Lula, mas o povo não deixa


Há uma obsessão da mídia golpista: riscar Lula da história do país, eliminá-lo da memória da população; os articuladores da campanha contra Lula não contavam com um protagonista que para eles é irrelevante, o povo; não é à toda que a mídia, o STF, o Legislativo e Temer são execrados pela população, como mostra pesquisa divulga ontem e escondida pela Folha de S.Paulo 
247 - Há uma obsessão da mídia golpista, da Globo à Folha de S.Paulo, passando pelos demais veículos: riscar Lula da história do país, eliminá-lo da memória da população. São duas estratégias que convergem  para este objetivo. A Globo prioriza o ataque direto a Lula.  A Folha, que seguia a estratégia do líder, mudou recentemente. Tenta ignorar Lula, como se ele não existisse. Antes de qualquer decisão do Judiciário, decretou que ele não será candidato. Os articuladores da campanha contra Lula não contavam com um protagonista que para eles é irrelevante: o povo. As pessoas comuns não esquecem de Lula e prezam pelo maior líder político do país. Não é à toda que a mídia, o Judiciário, o Legislativo e Temer são execrados pela população, como mostram as pesquisas. 
A Folha de S. Paulo ensaiou tirar Lula das pesquisas de seu instituto, o DataFolha, mas foi obrigado a recuar, devido à repercussão negativa. Mas faz de tudo para cassar o ex-presidente antecipadamente. Em reportagem divulgada no UOL no domingo, sobre a última rodada de pesquisas, a primeira reportagem que foi ao ar ignorou a presença de Lula. Lia-se o texto uma, duas, três vezes e a corrida eleitoral parecia ter dois líderes, Bolsonaro e Marina, ignorado que Lula disparado o preferido, com 30% das intenções de voto, contra apenas 17% do capitão-candidato. Pouco tempo depois a versão original do texto foi substituída por outra, incluindo Lula. A primeira desapareceu do UOL,  mas é possível encontrar rastro da primeira versão na que ainda está no portal (aqui). O que a Folha pretendeu fazer, um site que é uma espécie de sub-Folha, cópia em ponto menor e versão eletrônica dos veículos dos Frias, executou. O Poder360 arvorou-se em Tribunal Superior Eleitoral e, pela vontade de seu proprietário, eliminou Lula de uma pesquisa eleitoral. A enquete acabou ridicularizada.
Os veículos da família Marinho preferem o ataque direto: são horas no Jornal Nacional, na Globo News e demais veículos e programas do grupo para atacar o ex-presidente. Pesquisas indicam que dois terços do tempo ou espaço dedicado a Lula são de ataque violento; um terço de noticiário que poderia ser qualificado de "neutro" e nenhum segundo ou linha de conotação positiva. 
Não é à toa que a rejeição à mídia é brutal no país. Na mesma rodada da pesquisa eleitoral divulgada ontem (10), o jornal dos Frias escondeu num pé de reportagem o fato de que apenas 16% da população brasileira diz confiar totalmente na mídia conservadora. Para 82%, os meios de comunicação são de pouca ou  não confiam ou nenhuma confiança. O cenário é o mesmo para as demais instituições que patrocinaram o golpe de 2016: 82% não confiam ou confiam pouco no STF. Sintomaticamente, é o mesmo percentual dos que consideram o desgoverno de Temer ruim ou péssimo. Os números em relação ao Congresso são ainda piores. Ou seja: 82% do país rejeita o golpe e todos aqueles que identifica como ligados a ele.  
As distintas estratégia, de atacar ou tentar eliminar Lula têm dado com os burros n'água. O país quer Lula e recusa o projeto dos golpistas. O cientista social Celso de Barros escreveu hoje em sua coluna na mesma Folha de São Paulo sobre o fracasso completo dos planos do consórcio PSDB/MDB e sócios menores e mais Judiciário e mídia conservadora:  
"Lula ainda liderava tranquilamente, mesmo depois de condenado, e sem Lula na eleição a expectativa era de alta abstenção (uma evidente anormalidade). Mas esperava-se que Lula, depois de preso, perdesse seus votos para outra candidatura de esquerda.
Da mesma forma, Bolsonaro, o candidato mais extremista a disputar com chances a eleição presidencial brasileira em toda a nossa história, aparecia bem colocado, em segundo lugar, muito à frente dos candidatos de centro-direita. Mas esperava-se que esses votos de Bolsonaro voltassem para o centro conforme a candidatura de Alckmin se consolidasse. Faltam quatro meses para a eleição e, até agora, nada disso aconteceu. Os votos de Lula continuam não indo para lugar nenhum, e Bolsonaro continua bem na frente de Alckmin. Os votos de centro-esquerda estão indo para a abstenção, os de centro-direita estão indo para o extremo.
A nova pesquisa Datafolha trouxe resultados bem diferentes da realizada em abril. Os números são quase exatamente os mesmos. Mas esses mesmos números, a tão pouco tempo da eleição, são um resultado muito diferente.
A discussão central entre os analistas da eleição de 2018 é se ela será uma eleição "normal". Haverá de novo uma polarização entre a centro-direita e a centro-esquerda, como vinha sendo PSDB vs. PT? O peso de estrutura de campanha, alianças, horário de TV e dinheiro será o mesmo que foi nas eleições anteriores? Não era esse o quadro no Datafolha de abril. (...)"

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