O ex-presidente Lula disse à Justiça Federal desconhecer a
denúncia sobre compra de votos para que o Brasil sediasse os Jogos Olímpicos de
2016; "Não sei quem fez a denúncia e não me interessa saber. Estamos num
momento de denuncismo", declarou Lula; ao término do depoimento, o juiz
Marcelo Bretas disse ter feito campanha para Lula, quando jovem; em seguida,
Lula retrucou: "Pode usar agora. Quando eu fizer um comício agora vou
chamar o senhor para participar"
247 - O ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva disse à Justiça Federal desconhecer qualquer tipo de
iniciativa envolvendo a compra de votos para que o Brasil sediasse os Jogos
Olímpicos de 2016, realizado no Rio de Janeiro. Antes de ter sua fala
interrompida pelo juiz Marcelo Bretas, Lula disse que o país vive um
"momento de denuncismo". Lula depôs nesta terça-feira (5), por videoconferência,
como testemunha de defesa de Sérgio Cabral no processo em que o ex-governador é
acusado de participar de um esquema de compra de votos para que o Brasil
sediasse a competição.
"Só
lamento que venha uma denúncia de compra de delegados oito anos depois (da
vitória da campanha brasileira para sediar as Olimpíadas). Não sei quem fez a
denúncia e não me interessa saber. Estamos num momento de denuncismo",
declarou Lula.
A
defesa de Cabral apontou que os pontos colocados por Lula demonstram que havia
um clima favorável para que o Brasil sediasse os Jogos Olímpicos. Já o
Ministério Público aponta pagamento de US$ 2 milhões em propinas para que o
Brasil sediasse as Olimpíadas.
Lula
disse ainda que realizou reuniões com dirigentes de países como China Dinamarca
e Suíça para conseguir o apoio necessário para que o Brasil sediasse a
competição. Ainda segundo ele, o apoio dos países da África à postulação do
Brasil foi algo "natural, uma vez que em seu governo o país se aproximou
do continente africano ao ampliar o comercio internacional e ao abrir diversas
embaixadas.
Ao
término do depoimento, Bretas elogiou Lula ao afirmar que ele "é uma
figura importante no nosso país, é relevante sua história para todos nós. Para
mim inclusive, que, aos 18 anos, estava aqui num comício com um milhão de
pessoas e usando um boné e a camiseta com seu nome". Lula disse em
seguida: "Pode usar agora. Quando eu fizer um comício agora vou chamar o
senhor para participar".
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