Eduardo Matysiak/Agência PT |
Assessor do papa Francisco para Assuntos de Justiça e Paz,
Juan Grabois foi impedido pela Superintendência da Polícia Federal de trazer
uma mensagem do pontífice ao ex-presidente Lula, sob o argumento de que não é
líder religioso; "Me surpreende que o argumento das autoridades tenham
finalidade teológica. Pela doutrina católica, todos nós, batizados, somos
discípulos e missionários e temos uma missão a cumprir", disse,
denunciando; ele denunciou "claro caso de perseguição
política" e "deterioração da democracia" no Brasil; Grabois
trouxe um rosário para Lula, presente de Francisco; assista sua fala
247 - Assessor do papa Francisco para Assuntos de Justiça e
Paz, Juan Grabois foi impedido nesta segunda-feira 11 pela Superintendência da
Polícia Federal de trazer uma mensagem do pontífice ao ex-presidente Lula,
mantido preso político há 67 dias. O argumento usado pelas autoridades causou
estranhamento para Grabois: o fato de que ele não seria um líder religioso.
"Vim com
muita esperança trazer uma mensagem ao ex-presidente Lula e, lamentavelmente,
de maneira, para mim, um tanto inexplicável, os funcionários da
Superintendência, aparentemente por uma ordem de cima, decidiram suspender os
direitos de Lula e os meus de ter um encontro com o ex-presidente, porque não
se poderia caracterizar um encontro religioso", relatou o assessor a
jornalistas em Curitiba.
Para
ele, o argumento não tem lógica, uma vez que, "pela doutrina católica,
todos nós, batizados, somos discípulos e missionários". Ele contou que
veio trazer um rosário do papa Francisco e uma mensagem do papa a Lula, as
conclusões dos encontros do pontífice com os movimentos sociais, além de
debater questões espirituais com o ex-presidente. Grabois entregou o
rosário na PF e deixou uma mensagem por escrito. Ele espera uma resposta de
Lula até amanhã.
"Estou
muito preocupado com a situação, considerando que estamos diante de um claro
caso de perseguição política, onde há uma deterioração da democracia no Brasil.
Esta inexplicável negativa a permitir uma visita que estava programada de
antemão é parte também de um processo de degradação das instituições não
somente no Brasil, mas nos países da América Latina", denunciou.
"Me
surpreende que o argumento das autoridades tenham finalidade teológica, por eu
não ser um sacerdote consagrado. Não sei se esses funcionários têm formação
teológica, mas reforço que todos os batizados somos discípulos e missionários e
temos uma missão a cumprir", completou. O assessor do papa contou ter
visitado presos em situações similares em diversos locais e nunca se deparou
com uma negativa dessa natureza.
Ele
concluiu sua fala dizendo que sai triste, mas com a certeza de que "a
Justiça virá".
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