O Papa é o maior líder mundial e Lula é o maior líder
político do Brasil; ontem, Francisco enviou a Curitiba um assessor, uma
mensagem e um presente a Lula, aprisionado há mais de dois meses, e o regime de
exceção vetou a visita; a mídia conservadora decidiu que os brasileiros não
podiam saber disso; Globo, Folha, Valor, Estado e outros, que censuram Lula há
anos, agora censuram também o Papa
247 - O Papa
Francisco é o maior líder mundial da atualidade. Lula é o maior líder político
brasileiro da história, rivalizando com Getúlio Vargas. Ontem (11), o maior
líder mundial enviou a Curitiba um assessor, uma mensagem e um presente (um
terço) ao maior líder brasileiro, aprisionado há mais de dois meses. E o regime
de exceção vetou a visita. O fato seria notícia em qualquer lugar do planeta.
Mas a mídia conservadora brasileira decidiu que não. Globo, Folha, Valor,
Estado e outros de menor expressão, que censuram Lula há anos, agora censuram
também o Papa. Nenhuma linha nos jornais, nem um segundo no Jornal Nacional.
Nada.
O Papa
Francisco enviou ontem a Lula um terço, um bilhete pessoal e um dos seus
principais assessores, o argentino Juan Grabois (aqui),. Num gesto típico das ditaduras,
vexaminoso para o país, o enviado do Papa foi barrado, impedido de ver Lula e
entregar o bilhete e o terço (aqui). Diante da sede da PF, Grabois
protestou: "Estou muito preocupado com a situação, considerando que
estamos diante de um claro caso de perseguição política, onde há uma
deterioração da democracia no Brasil. Esta inexplicável negativa a permitir uma
visita que estava programada de antemão é parte também de um processo de
degradação das instituições não somente no Brasil, mas nos países da América
Latina".
Quem lê
os jornais da mídia conservadora ou assiste o Jornal Nacional não teve acesso a
nada disso. O motivo da censura é claro: Francisco está solidário a Lula,
condena o golpe no Brasil e o governo Temer -a ponto de não ter vindo ao Brasil
no ano passado, quando foram celebrados os 300 anos de aparição da imagem de
Nossa Senhora Aparecida, de quem Francisco é devoto. O Papa não quis pisar no
país golpeado por Temer e sua quadrilha. Mas quis estender a mão a Lula. E
isso, para os Marinho, os Frias, os Mesquita e outras famílias de milionários
que controlam alguns dos principais meios de comunicação do país, é pecado
mortal. Lula e o Papa estão em pecado mortal para estas famílias. E no inferno
deles há duas fogueiras: os ataques violentos sem direito a defesa e a censura.
Na
manhã desta terça, o serviço brasileiro de informações do Vaticano, controlado
por segmentos conservadores da Igreja Católica, divulgou uma nota em sua página
no Facebook procurando desmentir que Juan Grabois tivesse ido a Curitiba como
enviado do Papa. Foi o mesmo recurso usado quando do telefonema do Papa
Francisco à mãe de Marielle Franco, assassinada em 14 de abril. Depois que, da
Argentina, foi divulgado o telefonema, o serviço brasileiro do Vaticano
apressou-se em desmentir de maneira canhestra, dizendo ser
"impossível" confirmar o telefonema por se tratar de um gesto pessoal
do Papa. A seguir, o telefonema foi confirmado pela família e outras fontes do
Vaticano. Como agora, a mídia vaticana corre em apoio à mídia conservadora
brasileira. O caso deverá ser esclarecido nas próximas horas.
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