"Inventaram que a Petrobras estava quebrada para de fato
reduzir a produção das refinarias, e reduziram. Hoje as refinarias do Brasil
trabalham com capacidade ociosa. Antes tinha um grau de produção que beirava os
70%, às vezes chegava a 75%, oscilava. Por que isso? Com petróleo brasileiro,
encontrado com capacidade tecnológica brasileira, não podemos aceitar que
dolarizem o petróleo brasileiro", disse a presidente deposta; vídeo
Do portal
Vermelho – Dilma Rousseff esteve com Lula, em
Curitiba, na quinta-feira (31) e, na saída da visita ao ex-presidente, deu uma
aula sobre o que está acontecendo na Petrobras desde o (e em função do) golpe
parlamentar de 2016.
Em
suma, Dilma indicou que "inventaram que a Petrobras está quebrada"
para promover o desmonte de uma série de políticas que fariam com que a estatal
garantisse ao mercado brasileiro a autossuficiência em petróleo. O Brasil tem
potencial para deixar de exportar petróleo bruto e importar derivados, fazendo
um movimento no sentido contrário quanto ao produto refinado.
Mas o governo Temer está caminhando para esvaziar a capacidade das refinarias
do Brasil e, com isso, abrir caminho para que o petróleo internacional chegue
ao mercado interno com preço absurdos.
Confira
os principais pontos e declarações diretas abaixo:
Os governos do PT projetaram que a Petrobras, a partir da descoberta do
pré-sal, teria condições de garantir ao País a autossuficiência no
abastecimento. Isso significa não permitir que o Brasil estivesse sujeito à
chamada "maldição do petróleo", que é exportar petróleo bruto a um
gasto menor do que a importação dos demais bens derivados do petróleo.
Para impedir essa "maldição", Lula e Dilma lançaram mão de algumas políticas,
com destaque para a expansão de refinarias e modernização das existentes.
A autossuficiência consiste na capacidade de, em vez de exportar óleo bruto,
exportar sobretudo derivados de petróleo, ou seja, petróleo processado. Lula
achou que o pré-sal tiraria esse projeto do papel. Outra ação dos antigos
governos foi investir em "de conteúdo local mínimo": produzir no
Brasil os equipamentos demandados pelas refinarias que poderia ser produzidos
domesticamente.
O governo Temer acabou com a política de conteúdo local e transformou o Brasil
num paraíso para grandes empresas produtoras de petróleo e que fornecem
derivados.
"Inventaram que a Petrobras estava quebrada para de fato reduzir a
produção das refinarias, e reduziram. Hoje as refinarias do Brasil trabalham
com capacidade ociosa. Antes tinha um grau de produção que beirava os 70%, às
vezes chegava a 75%, oscilava."
"Por que isso? Com petróleo brasileiro, encontrado com capacidade
tecnológica brasileira, não podemos aceitar que dolarizem o petróleo
brasileiro."
"Vocês nunca se perguntaram por que o petróleo brasileiro, com custos
nacionais, produzido em real, tem que estar dolarizado ou ligado ao preço
internacional do petróleo? Baseado em que? Diziam que a gente segurava os
preços relacionados ao petróleo? Segurávamos em relação ao quê? Vamos discutir
como se forma o preço do petróleo internacionalmente? É o livre mercado? É a
oferta e demanda absolutamente límpida? Não. O mercado de petróleo é aquele que
está eivado de pressões derivadas de guerra, jogo geopolítico."
"O mercado do petróleo é um mercado que, se você deixar que ele controle
você, você deixa que interferências de outros países, de agentes que você não
controla, definam o preço."
"Eles fazem isso porque é uma reivindicação dos acionistas minoritários.
Quem são os acionistas majoritários? Somos nós, todos os brasileiros.
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