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O Brasil se tornou um dos cinco países do mundo que mais
vende terra para estrangeiros; o preço disparou: 270%. A alta dos alimentos
também contribui para o cenário de crescimento das negociações de terras no
mundo: foram 42,2 milhões de hectares negociados, parte considerável desse
montante no Brasil
247 – O Brasil se tornou um dos cinco países do mundo que
mais vende terra para estrangeiros. O preço disparou: 270%. A alta dos
alimentos também contribui para o cenário de crescimento das negociações de
terras no mundo: foram 42,2 milhões de hectares negociados, parte considerável
desse montante no Brasil.
“A aquisição de terras de um
país por governos e empresas estrangeiros é um processo que ocorre há vários
séculos, porém, podemos detectar fases específicas nas diferentes histórias e
geografias destas aquisições. Uma mudança importante teve início em 2006 e foi
marcada por um rápido aumento no volume e na expansão geográfica das aquisições
estrangeiras.” Assim a socióloga holandesa-americana Saskia Sassen, professora
da Universidade de Columbia e da London School of Economics, uma das principais
pensadoras sobre o tema, inicia o segundo capítulo do livro Expulsões (Paz
e Terra, 2015), intitulado O novo mercado global de terras.
O
processo descrito por Saskia parte de levantamentos com diferentes metodologias
que detectaram a presença cada vez maior do capital estrangeiro na
aquisição de terras, inclusive no Brasil. Dados de 2016 da plataforma Land
Matrix, que monitora grandes aquisições de terras, revelam que, de 2000 a 2015,
42,2 milhões de hectares foram negociados em todo o mundo por empresas estrangeiras,
sobretudo no Sul global – o número também inclui intenções de compra. Desse
total, 26,7 milhões de hectares foram efetivamente comprados em um total de
1.004 transações nos 15 anos cobertos pelo relatório. O Brasil está entre os
cinco países com maior área envolvida nessas transações, junto com a Rússia,
Indonésia, Ucrânia e Papua-Nova Guiné. Somadas, as áreas negociadas pelos cinco
países representam 46% das compras de terra arável levantadas pela Land Matrix.
Usando outra metodologia, a ONG Grain contabiliza 28,9 milhões de hectares
envolvidos em transações em 79 países desde 2008. O processo de apropriação de
grandes parcelas de terras em outros países pelo capital internacional foi
batizado internacionalmente de land grabbing (“apropriação
de terras”, numa tradução livre).”
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mais aqui.
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