Governo golpista entrou em parafuso com greve dos
caminhoneiros; Temer não conseguiu negociar o fim do movimento; Rodrigo Maia,
assumiu o papel de primeiro-ministro ao aprovar ontem à noite na
Câmara a reoneração da folha de pagamento de alguns setores, com isenção
de PIS/Cofins sobre o diesel, contra a vontade do governo; a "joia da
coroa" do golpe, a Petrobras, entregue como uma sesmaria a Pedro Parente,
está de joelhos
247 - O governo golpista entrou em parafuso com a crise da
greve dos caminhoneiros Temer não conseguiu negociar o fim do movimento. O
presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), assumiu o papel de
primeiro-ministro ao aprovar na Câmara na noite de ontem (24) a reoneração da folha de
pagamento de alguns setores, com isenção de PIS/Cofins sobre o diesel, contra a
vontade do governo. E a "joia da coroa" do golpe, a Petrobras,
entregue como uma sesmaria a Pedro Parente, está de joelhos; o projeto de
entrega da empresa e do pré-sal aos grandes grupos internacionais está
desmoralizado.
Para o colunista Leandro Colon, Temer está no chão: "O
governo de Michel Temer não aguentou três dias de greve de caminhoneiros.
Sentiu o peso político de um país à beira de uma paralisia causada pelos
protestos nas rodovias. Não suportou a pressão, esqueceu o que dissera e foi à
lona. O episódio tem revelado o quão desnorteado está o Planalto. Impopular,
fraco, cambaleante a cada crise." Dentre os mais ardorosos defensores do
governo golpista, como Míriam Leitão, o discurso é de que Temer
estaria sob terrível "chantagem"
Temer
perdeu a base de sustentação de seu governo, o apoio do Congresso Nacional, que
foi o motor do golpe contra Dilma. Festejado por meses pela mídia conservadora
como "brilhante" articulador político, capaz de costurar consensos e
uma ampla base parlamentar, Temer não consegue aprovar mais nada no parlamento
e, agora, vê o presidente da Câmara assumir funções de governo, com a decisão
de ontem à noite. Já há especulações sobre a "alternativa Maia"
diante do colapso do governo. Escreve o jornalista Raymundo Costa: "A sete meses do fim
de seu mandato, o presidente Michel Temer perdeu o apoio da principal fonte de
sustentação de seu governo - o Congresso Nacional. Só uma situação de grave
emergência pode levá-lo a obter algo expressivo do Parlamento. A situação é
pior na Câmara. Se houver a tão temida terceira denúncia do Ministério Público
Federal, Temer pode não ter mais os votos de 171 deputados para salvar o
mandato. Neste caso, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), assumiria o
governo e o que não falta a seu redor são deputados dizendo que ele poderia
concorrer à reeleição no cargo. Maia tutela o governo e se sente bem nesse
papel.”
O
coração e o pulmão do governo oriundo do golpe de 2016 foi atingido com a greve
dos caminhoneiros. O coração é o desmantelamento das políticas sociais do
governo do PT, com a orientação ultraliberal na condução do país. O pulmão é a
liquidação da Petrobras com sua entrega e do pré-sal às grandes petroleiras
internacionais e a implantação de uma política de preços que tornou o Brasil,
um dos maiores produtores mundiais de petróleo, naquele que tem os combustíveis
de mais alto preço do mundo. Os petroleiros iniciaram na manhã de hoje greve em
Minas Gerais e a "joia da coroa" do golpe parece quebrada. A imagem
do autarca Pedro Parente alquebrado, "cabisbaixo e constrangido, renunciando
ainda que pelos alegados 15 dias àquilo que o levou a aceitar dirigir a
Petrobras, não poderia ser mais reveladora", escreveu Igor Gielow. A hipótese mais provável é a
da renúncia de Parente, que está "prometido" como presidente da BRF,
a maior companhia de alimentos do país, com 30 marcas em seu portfólio, entre
elas, Sadia, Perdigão, Qualy, Paty, Dánica e Bocatti e que está fazendo água
por conta das políticas de Temer, da greve dos caminhoneiros e da incompetência
de seus gestores. Se Parente, cair, pode assumir imediatamente a chefia do
conglomerado.
O ocaso
do golpe não tem panelaços até agora. Mas é barulhento.
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