O senador Roberto Requião (PMDB-PR) anunciou nesta
quarta-feira (9) em Plenário a apresentação de um projeto de reforma tributária
com objetivo de diminuir os impostos cobrados dos assalariados e fomentar a
criação de empregos, ao desestimular o investimento no mercado financeiro em
detrimento da economia real; "Essa isenção de lucros empresariais faz hoje
com que banqueiros e rentistas e grandes empresários ganhem centenas de milhões
de reais sem pagar um tostão de Imposto de Renda"
Agência Senado - O senador Roberto Requião (PMDB-PR) anunciou nesta
quarta-feira (9) em Plenário a apresentação de um projeto de reforma tributária
com objetivo de diminuir os impostos cobrados dos assalariados e fomentar a
criação de empregos, ao desestimular o investimento no mercado financeiro em
detrimento da economia real.
Ele afirmou que o
Brasil enfrenta um "problema brutal" com a reforma trabalhista, que
aumentou a jornada de trabalho, diminuiu salários e está também desempregando
de forma progressiva. Segundo Requião, isso é agravado por um processo
crescente de financeirização da economia. Que, por sua vez, é estimulada pela
isenção de impostos para o empresariado. Em vez de gerar emprego, a isenção tem
levado à aposta no mercado financeiro, avalia Requião.
— Essa
isenção de lucros empresariais faz hoje com que banqueiros e rentistas e
grandes empresários ganhem centenas de milhões de reais sem pagar um tostão de
Imposto de Renda, enquanto qualquer trabalhador que ganhe acima de R$ 2,7 mil e
poucos começa a pagar. Essa isenção tinha uma inspiração no projeto liberal de economia
— disse Requião, lembrando que a medida passou a vigorar ainda durante o
governo de Fernando Henrique Cardoso.
Para o
senador, a economia do país sofre com a financeirização da economia e a dívida
pública, cujos juros são controlados pelos credores, pelos rentistas e pelos
bancos.
Em
virtude disso, Requião disse que apresentou junto à Comissão de Constituição,
Justiça e Cidadania (CCJ) um projeto de reforma tributária reduzindo o Imposto
de Renda dos salários mais baixos e aumentando a alíquota para os salários mais
altos, a partir de 50 mil reais, além de propor a tributação de ganhos dos
dividendos dos lucros empresariais.
Conforme
o parlamentar, essa medida, aliada a outras, para contenção de juros,
viabilizará investimentos e políticas públicas, e deverá aumentar a demanda, a
moeda em circulação e, consequentemente, a capacidade de consumo no país.
— É uma
política anticíclica. É uma proposta dura, radical, porque ela vai à raiz do
problema, de inspiração keynesiana. Sem demanda e sem salário, o Brasil para,
assim como para sem investimento — disse Requião.
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