(Foto: Beto Barata/PR) |
A receita neoliberal aplicada com requintes de crueldade na
Argentina pelo governo Mauricio Macri está levando o país à falência novamente.
Inflação alta, economia parada, juros em disparada, pobreza em massa e, agora,
crise cambial. Festejado pelos neoliberais de todo o mundo como "exemplo
de competência" e apontado como a grande referência pela direita
brasileira, o governo Macri desmanchou-se em pouco mais de dois anos.
247 - Governo
Macri está naufragando na Argentina e lançando o país numa crise brutal, no que
parece ser uma antecipação do que aguarda o Brasil sob o governo Temer. Voo
curto como o da galinha para os governos neoliberais na América Latina. Ontem,
o Banco Central argentino havia elevado a taxa de juros para 33,25% ao
ano. Hoje (4), elevou de novo para 40%. Segundo reportagem do Valor
Econômico, o risco cambial assombra a Argentina, "o peso é a moeda que
mais perdeu valor frente ao dólar neste ano, 16,6%, e em 12 meses,
31,57%."
Uma das
"bíblias" das publicações neoliberais globais, a revista
norte-americana Forbes, afirma que aos investidores "parece ter chegado a
hora de sair da Argentina. Leia aqui.
O
presidente Mauricio Macri chegou à presidência da Argentina em 2015 saudado por
toda a direita e o mercado financeiro na América Latina e no mundo como
"exemplo de competência". A imprensa conservadora e os analistas
econômicos neoliberais no Brasil usaram Macri, oriundo do setor privado, como
contraponto ao que apontavam como "fracasso dos governos do PT". O
sonho neoliberal durou dois anos.
O clima
no país começa a beirar o pânico, com inflação alta, economia parada, juros em
disparada, pobreza disseminada e, agora, crise cambial, que são os fantasmas
dos anos 1980 e 1990. Escreveu o Valor:
"A
forte desvalorização do peso fez muitos argentinos voltarem ao passado, quando
não tinham nenhuma confiança em sua moeda e, por isso, compravam dólares e
realizavam operações com a moeda americana. O momento ainda não é comparável ao
das últimas décadas do século XX, mas recentemente poupadores procuraram
converter depósitos em pesos para dólares a fim de driblar a depreciação da
moeda local.
Para
tentar conter a queda do peso, ontem o banco central da Argentina elevou a taxa
de juros para 33,25% ao ano. Em seis dias, a taxa aumentou seis pontos
percentuais. Ainda assim, a moeda argentina continuou perdendo valor. No mercado,
a expectativa é que haja nova alta dos juros em breve.
'Há uma
paranoia natural de que a moeda vai sair do controle em algum momento', disse
ontem Walter Stoeppelwerth, diretor do Balanz Capital, um banco de
investimentos de Buenos Aires, citado pelo Financial Times. 'Os argentinos são
mais sensíveis ao risco cambial do que em qualquer outra nação da região, com
exceção talvez da Venezuela'."
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