A derrubada da presidenta Dilma Roussef em 2016 foi um golpe
de Estado e não um processo de impeachment dentro das regras do jogo
democrático. É o que considera quase metade da população brasileira, depois da
onda avassaladora que anestesiou a opinião pública em 2015/2016. 47,9% dos
brasileiros e brasileiras dizem que houve um golpe, enquanto 43,5% avaliam que
o impeachment foi legal
247 - Assentada a poeira
da maior guerra de informação já vista no país, para derrubar Dilma Roussef, a
opinião pública começa a apresentar um veredito muito diferente do pretendido
pelas mídias conservadoras e as elites nacionais. Quase metade da população (47,9%)
já considera que o que aconteceu entre 2015 e 2016 foi um golpe de Estado e não
um evento normal, democrático. É o que informa pesquisa em março pelo
Instituto da Democracia e da Democratização da Comunicação, braço do Instituto
Nacional de Ciência e Tecnologia (INTC).
O
número dos que consideram que houve um impeachment dentro das regras do jogo
democrático, é minoritário (43,5%), ao contrário do que aconteceu durante o
auge da campanha de mídias contra Dilma, com manchetes diárias no Jornal
Nacional da TV de Globo e de todos os jornais, TVs, revistas, e rádios de largo
alcance, todos controlados por empresários conservadores, além da milionária
campanha nas redes sociais.
O
levantamento foi realizado entre os dias 15 e 23 de março com 2.500 entrevistas
domiciliares em 179 município. A margem de erro é de dois pontos. Para o
cientista político Leonardo Avritzer (UFGM), que coordenou o trabalho, há uma
série de eventos que deixaram à luz do dia o caráter do golpe. Ele mencionou,
entre outros: a gravação que derrubou o senador Romero Jucá (MDB-RR) do
ministério do governo Michel Temer logo no início da gestão, a descoberta de R$
51 milhões ilegais atribuídos ao também ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB), a
derrocada do senador Aécio Neves (PSDB-MG) após a divulgação de suas conversas
com o empresário Joesley Batista e as denúncias contra o próprio Temer
apresentadas pela Procuradoria-Geral da República.
Realizado
antes da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o levantamento
mostrou que também havia divisão em relação à condenação ao petista imposta
pelo juiz Sergio Moro e confirmada pelo Tribunal Regional da 4ª Região. O
impressionante na pesquisa é que mesmo diante do intenso "fogo de
barragem" das mídias contra Lula, há uma parcela expressiva do país que
considera sua condenação injusta: 39,1% (27,6% discordaram muito da condenação
e 11,5% discordaram pouco). 45,5% dos consultados afirmaram concordar com a
condenação do TRF-4 (30,3% concordaram muito com a condenação e 15,2%
concordaram pouco). Com o tempo e a possibilidade de um juízo popular sem a
pressão brutal das mídias de massa, é de se esperar um crescimento do
sentimento de injustiça em relação á condenação já nos próximos meses.
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mais aqui.
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