quarta-feira, 16 de maio de 2018

Leilão do triplex cheira a fraude


Suspeitíssima a compra do triplex no leilão por um empresário obscuro que mal sabe dizer porque pagou 2,2 milhões naquele imóvel maldito. Tudo ali é suspeito: a criação de uma empresa 13 dias depois de iniciado o leilão só para comprar o apartamento, o lance feito 5 minutos antes de o leilão se encerrar, as declarações do leiloeiro, “surpreso” com o fato de terem dado um lance, ainda que com o valor mínimo estipulado. Que leilão é esse? Que só tem um lance com o valor mínimo.
Cheira a fraude.
Investidor – nem pequeno, nem médio, nem grande – não coloca seu dinheiro de maneira emocional em imóvel de valor incerto e propriedade judicializada. Ninguém sabe dizer quem era o dono do imóvel até hoje: OAS ou Caixa Econômica.
O investidor que pagou 2,2 milhões pelo triplex simplesmente não sabe dizer porque fez isso. Não vai morar, não vai passear, não sabe nada sobre as condições do imóvel. Justifica a compra dizendo do “valor histórico”. Tá.
Fraude da grossa e sem nenhuma sutileza. Esse triplex vai ser manchete de páginas policiais por muito tempo ainda. Tem dinheiro cruzado neste arremate, fato de solar e olímpica obviedade. Era preciso garantir a “manchete”.
A Lava Jato – e a imprensa tradicional – acha que o brasileiro é um imenso idiota. A classe média é. Mas o restante da população (90% do país) é gente honesta que trabalha. Poucos brasileiros ainda acreditam nessa fraude (que é a Lava Jato). Isso está escancarado nas pesquisas.
Gustavo Conde é músico, linguista e professor. Lida com teorias do humor e com os processos de produção do sentido político. É autor do Blog do Conde, espaço de discussão de temas políticos, acadêmicos e literários

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