quarta-feira, 23 de maio de 2018

Golpe entrega pré-sal de graça no melhor momento do petróleo


O petróleo entra em uma nova era de ouro, com a disparada nos preços no mercado internacional; o barril já está sendo negociado a US$ 80 o barril e especialistas não descartam que chegue a US$ 100 em 2019; o Brasil ficará fora da festa, porque o governo do golpe está entregando o pré-sal na bacia das almas, praticamente de graça para as grandes petroleiras internacionais; a petroleiras arrematam os campos de exploração a aproximadamente US$ 1 dólar o barril e poderão vender o petróleo até por US$ 100 o barril. Os bilhões arrecadados com os leilões vão quase todos para os bancos e os rentistas, alimentando o pagamento dos juros da dívida pública
247 - Continua a disparada nos preços do petróleo no mercado internacional. O barril já está sendo negociado a US$ 80 o barril e especialistas não descartam que chegue a US$ 100 em 2019. Parece ser o início de uma nova era de ouro no petróleo, depois que o preços do petróleo entraram em queda livre em 2014, sob o peso da produção de xisto nos EUA. Mas o Brasil ficará fora da festa, porque o governo do golpe está entregando-o na bacia das almas, praticamente de graça para as grandes petroleiras internacionais.
"Acabou a longa era do petróleo barato" é o título de reportagem do jornal britânico Financial Times. São vários fatores que explicam a alta, desde a restrição da produção pelos grandes produtores às dificuldades na exploração do xisto nos EUA à tensão internacional provocada por Donald Trump que ameaça incendiar o Oriente Médio, a região de maior produção de petróleo no mundo. Com a alta, todos os países produtores saem favorecidos. Espera-se que a Venezuela, que enfrenta grave crise econômica, possa iniciar um processo de recuperação. Só o Brasil fica de fora, pois o governo oriundo do golpe de Estado está liquidando o pré-sal.
A imprensa conservadora confunde as pessoas ao divulgar acriticamente os números referentes aos leilões do pré-sal promovidos pela dupla Temer-Parente. Todos são na casa dos bilhões de dólares. No último leilão, em 29 de março, foram arrecadados R$ 8 bilhões. No entanto, enquanto o preço do barril dispara rumo aos US$ 100, as petroleiras estão levando as áreas leiloadas com uma estimativa de custo do barril ao redor de US$ 1. 
Quando o pré-sal foi descoberto em 2006 e o então presidente Luis Inácio Lula da Silva anunciou um programa revolucionário para desenvolver sua exploração e tornar o Brasil autossuficiente e exportador, a direita e a imprensa conservadora ridicularizaram-no, afirmando que os custos de extração seria inviáveis e que a descoberta era um grande "mico". Para que se tenha uma ideia do impacto do pré-sal, em 2007 o Brasil (sob o governo Lula) comemorou a autossuficiência na produção de petróleo com a produção de 1,77 milhões de barris/dia. Pois hoje, só o pré-sal produz a mesma quantidade, 1,74 milhões de barris dia, o que representa 53,3% do total produzido no Brasil. Em dois anos, será 75% ou mais. 
Mas os brasileiros não verão nenhum benefício. Os bilhões arrecadados nos leilões são destinados quase exclusivamente aos bancos e aos rentistas, para pagamento da ciranda financeira dos juros da dívida pública, enquanto o lucro da exploração fica com as grandes empresas internacionais.
É um crime lesa-pátria, como afirmou a ex-presidente Dilma Roussef em entrevista à TV 247:
"Nós fizemos o modelo do pré-sal, que é a partilha. O que e a partilha? A maior parte do óleo, a mais importante, é do Estado brasileiro. Portanto, do povo brasileiro. A parte menor vai para os exploradores. Na partilha é mais ou menos: 70% da União e 30% das empresas. (...) O modelo do pré-sal foi pensado para que o Brasil tirasse o maior proveito das riquezas naturais, que agora, com a mudança promovida por Michel Temer, acabam nas mãos dos exploradores estrangeiros". 
Dilma falou ainda da ameaça ao futuro do Brasil com a entrega do petróleo às grandes petroleiras internacionais e os recursos arrecadados para os ricos do Brasil, em vez de serem direcionados para o que seria uma verdadeira revolução social:
"O modelo de partilha tinha um fundo social. A parte maior, em torno de 75%, ficou para a educação e em torno de 25% para a saúde. Era uma espécie de passaporte para o futuro, que não tem no modelo de concessão. (...) A educação funciona para o futuro e para a riqueza do País. A nação enriquece se você apostar em educação". 


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