O petróleo entra em uma nova era de ouro, com a disparada nos
preços no mercado internacional; o barril já está sendo negociado a US$ 80 o
barril e especialistas não descartam que chegue a US$ 100 em 2019; o Brasil
ficará fora da festa, porque o governo do golpe está entregando o pré-sal na
bacia das almas, praticamente de graça para as grandes petroleiras
internacionais; a petroleiras arrematam os campos de exploração a
aproximadamente US$ 1 dólar o barril e poderão vender o petróleo até por US$
100 o barril. Os bilhões arrecadados com os leilões vão quase todos para os
bancos e os rentistas, alimentando o pagamento dos juros da dívida pública
247 - Continua a disparada nos preços do petróleo no mercado
internacional. O barril já está sendo negociado a US$ 80 o barril e
especialistas não descartam que chegue a US$ 100 em 2019. Parece ser o início
de uma nova era de ouro no petróleo, depois que o preços do petróleo entraram
em queda livre em 2014, sob o peso da produção de xisto nos EUA. Mas o Brasil
ficará fora da festa, porque o governo do golpe está entregando-o na bacia das
almas, praticamente de graça para as grandes petroleiras internacionais.
"Acabou a
longa era do petróleo barato" é o título de reportagem do jornal britânico
Financial Times. São vários fatores que explicam a alta, desde a restrição da
produção pelos grandes produtores às dificuldades na exploração do xisto nos
EUA à tensão internacional provocada por Donald Trump que ameaça incendiar o
Oriente Médio, a região de maior produção de petróleo no mundo. Com a alta,
todos os países produtores saem favorecidos. Espera-se que a Venezuela, que
enfrenta grave crise econômica, possa iniciar um processo de recuperação. Só o
Brasil fica de fora, pois o governo oriundo do golpe de Estado está liquidando
o pré-sal.
A
imprensa conservadora confunde as pessoas ao divulgar acriticamente os números
referentes aos leilões do pré-sal promovidos pela dupla Temer-Parente. Todos
são na casa dos bilhões de dólares. No último leilão, em 29 de março, foram
arrecadados R$ 8 bilhões. No entanto, enquanto o preço do barril dispara rumo
aos US$ 100, as petroleiras estão levando as áreas leiloadas com uma estimativa
de custo do barril ao redor de US$ 1.
Quando
o pré-sal foi descoberto em 2006 e o então presidente Luis Inácio Lula da Silva
anunciou um programa revolucionário para desenvolver sua exploração e tornar o
Brasil autossuficiente e exportador, a direita e a imprensa conservadora
ridicularizaram-no, afirmando que os custos de extração seria inviáveis e que a
descoberta era um grande "mico". Para que se tenha uma ideia do impacto do pré-sal, em 2007 o Brasil
(sob o governo Lula) comemorou a autossuficiência na produção de petróleo com a
produção de 1,77 milhões de barris/dia. Pois hoje, só o pré-sal produz a mesma
quantidade, 1,74 milhões de barris dia, o que representa 53,3% do total
produzido no Brasil. Em dois anos, será 75% ou mais.
Mas os
brasileiros não verão nenhum benefício. Os bilhões arrecadados nos leilões são
destinados quase exclusivamente aos bancos e aos rentistas, para pagamento da
ciranda financeira dos juros da dívida pública, enquanto o lucro da exploração
fica com as grandes empresas internacionais.
É um
crime lesa-pátria, como afirmou a ex-presidente Dilma Roussef em entrevista à TV
247:
"Nós
fizemos o modelo do pré-sal, que é a partilha. O que e a partilha? A maior
parte do óleo, a mais importante, é do Estado brasileiro. Portanto, do povo
brasileiro. A parte menor vai para os exploradores. Na partilha é mais ou
menos: 70% da União e 30% das empresas. (...) O modelo do pré-sal foi pensado
para que o Brasil tirasse o maior proveito das riquezas naturais, que agora,
com a mudança promovida por Michel Temer, acabam nas mãos dos exploradores
estrangeiros".
Dilma
falou ainda da ameaça ao futuro do Brasil com a entrega do petróleo às grandes
petroleiras internacionais e os recursos arrecadados para os ricos do Brasil,
em vez de serem direcionados para o que seria uma verdadeira revolução social:
"O
modelo de partilha tinha um fundo social. A parte maior, em torno de 75%, ficou
para a educação e em torno de 25% para a saúde. Era uma espécie de passaporte
para o futuro, que não tem no modelo de concessão. (...) A educação funciona
para o futuro e para a riqueza do País. A nação enriquece se você apostar em
educação".
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