Entidades que compõem as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo vão
exigir a demissão de Pedro Parente, a mudança da política de preços dos
combustíveis e do gás e eleições diretas e livres, com Lula
Preço da gasolina e do diesel nas refinarias foram reajustados 16 vezes em apenas um mês. Ato na Paulista, na segunda-feira (28), exigiu demissão de presidente da Petrobras |
São Paulo – As
frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo convocam a população a participar de um protesto nacional nesta
quarta-feira (30) em defesa da Petrobras e de sua função social, e pela mudança
na política de preços praticadas pela estatal, que vem acarretando a alta dos preços do diesel, da
gasolina e do gás de cozinha. A escalada do diesel levou à atual
greve dos caminhoneiros.
As frentes também exigem a saída do
presidente da companhia, Pedro Parente, e a
realização de eleições livres, após ficar claro que o governo
Temer não tem qualquer legitimidade para buscar
saídasnegociadas para a atual crise.
Juntas, as duas frentes, que representam
mais de 100 entidades, entre as quais CUT, CTB, Intersindical, a Central de Movimentos
Populares (CMP), MST, MTST, UNE e
Marcha Mundial das Mulheres (MMM), se reuniram nesta
segunda-feira (28) em São Paulo e decidiram pela convocação de mobilização
nacional contra a alta dos combustíveis.
"O povo brasileiro está indignado com
o alto custo de vida, o valor do gás e do combustível, que já foi reajustado
mais de duzentas vezes em dois anos e exige respostas imediatas", diz
trecho da nota conjunta dos movimentos, que afirmam apoiar a luta dos
caminhoneiros em greve desde o último dia 21 e a greve de advertência de 72h convocada pelos petroleiros para
esta quarta-feira (30), contra o desmonte da Petrobras e a política de preços
da empresa.
"Não vamos aceitar os desmandos do
governo Temer e do seu capataz – Pedro Parente. Nós temos capacidade para
refinar praticamente tudo aquilo que o Brasil precisa para sobreviver, em
termos de derivados do petróleo. Parente e Temer têm feito a opção de importar esses derivados,
principalmente dos Estados Unidos. Temos que dar um basta nisso", diz o
coordenador da Frente Única dos Petroleiros (FUP), José Maria Rangel.
De acordo com levantamento realizado pelo Dieese, a Petrobras
reajustou o preço da gasolina e do diesel nas refinarias por 16 vezes em apenas
um mês. O preço da gasolina saiu de R$ 1,74 e chegou a R$ 2,09, alta de
20%. Já o do diesel foi de R$ 2,00 a R$ 2,37, aumento de 18%. Para o consumidor
final, os preços médios nas bombas de combustíveis subiram de R$ 3,40 para
R$ 5,00, no caso do litro de gasolina (crescimento de 47%), e de R$ 2,89 para
R$ 4,00, para o litro do óleo diesel (alta de 38,4%).
"A disparada do preço do combustível
se deve à política implantada por Michel Temer
e Pedro Parente que submetem o nosso país, autossuficiente em
petróleo, às variações e interesses do mercado internacional."
As frentes atribuem "o caos"
vivido pelo país, segundo eles, à falta de democracia e à um governo
ilegítimo "que está de costas para o povo" e, portanto, reivindicam a
realização de eleições direitas, "com a participação de todas as
candidaturas".
"Enquanto Temer e sua base atuam para
entregar a Petrobras às empresas multinacionais, agravando o problema dos
preços do gás e dos combustíveis, nós dizemos que ela é do Brasil. É patrimônio
do nosso povo e vamos continuar a defendê-la. Por isso, exigimos a saída
imediata do presidente da Petrobras Pedro Parente, a mudança na política de preços
e o fim de qualquer tentativa de desmonte e privatização", dizem as
frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo.
Fonte: RBA
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