Do facebook de Ana Teixeira
Dia 08 de Maio, por volta das 13:45h fui
expulsa a gritos e atitudes violentas do Restaurante KOMYS, NA RUA MOURATO
COELHO, 884, VILA MADALENA, porque tentei pagar minha refeição com uma nota
carimbada com LULA LIVRE, MARIELLE PRESENTE.
A proprietária do restaurante já havia me dado o troco quando percebeu o
carimbo e imediatamente começou a gritar insana e descontroladamente: NÃO
ACEITO ISSO! NÃO ACEITO ISSO! SUA BANDIDA! TENTOU ME ENGANAR ME DANDO A NOTA
PELO OUTRO LADO. BANDIDA!
Logicamente que não tentei enganar ninguém, pois espalho estas notas com muito
orgulho e sem medo.
Ela ergueu a nota na mão e começou a incitar todo o restaurante contra mim,
dizendo que eu queria roubá-los pagando com nota adulterada.
Fiquei tão assustada que mal consegui falar. Logo eu que não costumo me
assustar ou me calar nem em situações ditas perigosas.
O proprietário endossou os gritos da mulher quando eu disse que eles teriam que
aceitar a nota pois era ilegal não fazê-lo. Foi assustador! Eles não paravam de
gritar e tiveram o apoio de alguns clientes que começaram a gritar também: VAI
PRA CURITIBA!
Eu não levantei a voz e disse que iria mostrar-lhes que as notas eram válidas.
Eles continuaram gritando que não aceitariam e que chamariam a polícia. Eu
disse que eu chamaria a polícia. Enquanto isso, pensando em chegar a um acordo
mais civilizado, busquei no meu celular o post que mostra que não é ilegal
passar ou aceitar notas carimbadas, mas eles se recusaram a vê-la e continuaram
gritando. Comecei a tremer e a me sentir muito, muito vulnerável.
Não tive apoio de nenhuma pessoa no restaurante e tentei chamar o PROCON, mas
de tão nervosa que estava, não consegui sequer achar o número.
Devo confessar que não tive coragem, nem ânimo para chamar a polícia e
enfrentar a situação que poderia advir daí. Realmente nunca me senti tão frágil
e impotente em minha vida.
A proprietária, completamente histérica, gritava absurdos como: BANDIDA, QUER
NOS ROUBAR, ELA APOIA LADRÕES…ELA APOIA LADRÕES!
Foi mesmo assustador.
Eu peguei minha nota e disse que sairia sem pagar já que eles não queriam
aceitá-la. O proprietário, saindo detrás do balcão e vindo pra cima de mim (foi
contido por uma funcionária que acredito ser sua filha), me ameaçou dizendo que
não me deixaria sair.
Cedi. Esmoreci. Não dei conta da situação.
Paguei o almoço com cartão de débito e só queria sair de lá, mas ainda tive que
ouvir os gritos da proprietária e de alguns clientes que me diziam: ISTO É
CRIME. VOCÊ NÃO PODE DILAPIDAR O DINHEIRO BRASILEIRO.
Ainda tive coragem para responder que crime é o que está sendo feito com Lula e
com a população em geral, mas não consegui ser ouvida.
Gritei o mais forte que pude LULA LIVRE! e saí de lá tremendo, como estou até
agora.
BOICOTAREI ESTE RESTAURANTE PELO RESTO DE MEUS DIAS E ESPERO
QUE QUEM PENSA COMO EU FAÇA O MESMO.
Conheço muitas pessoas do nosso meio artístico que comem
neste lugar.
Chocada e amedrontada pergunto-lhes:
COM QUE ARMAS LUTAREMOS CONTRA ESTE TIPO DE ATITUDE?
QUE GESTOS, QUE PALAVRAS PODEM DAR CONTA DA TRUCULÊNCIA QUE
SE LEGITIMOU ENTRE NÓS NOS ÚLTIMOS ANOS?
Por enquanto eu proponho o BOICOTE. É pouco, é quase nada,
mas é minha resposta não violenta à selvageria dos que nos veem como bandidos
apenas porque defendemos que a prisão de Lula foi ilegal e queremos saber quem
foi o responsável pelo assassinato de Marielle Franco.
PS: Os donos do restaurante revelaram-se ignorantes quanto ao
que já informou, em nota, o Banco Central, depois que as cédulas com o carimbo
de Lula e Marielle começaram a circular. Diz a nota: “Cédulas com
rabiscos, símbolos ou quaisquer marcas estranhas continuam com valor e podem
ser trocadas ou depositadas na rede bancária”.
Fonte: DCM
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