O Tribunal de Justiça do Paraná
condenou quatro pessoas e uma empresa no caso conhecido Copel-Olvepar, a pagar
multa de R$ 39,6 milhões por ato de improbidade administrativa. Entre eles está
o ex-secretário de Estado da Fazenda (2000-2003) e ex-diretor-presidente
da Companhia Paranaense de Energia (Copel), Ingo Hubert, o doleiro Alberto
Yousseff.
A decisão foi tomada 15 anos após a
denúncia do Ministério Público do Paraná, apresentada em 2003. O recurso
foi interposto pelo MP contra a sentença em primeira instância, que havia
absolvido os réus desse crime. A ação judicial envolve irregularidades no
procedimento administrativo de restituição de créditos do Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em favor da empresa Olvepar S/A, no
final de 2002.
Pena
Os réus receberam
as penas previstas na Lei de Improbidade: suspensão dos direitos políticos
(entre cinco e oito anos, conforme o réu, no caso das pessoas físicas) e
proibição de contratar com o poder público durante cinco anos. Além disso, deverão
ressarcir solidariamente os danos causados ao erário, de R$ 39,6 milhões (valor
que deverá ainda ser acrescido de correção e juros de mora). Foram condenados
também a pagar multa civil de 20% do valor atualizado do dano.
Outras condenações
Em 2017 os réus
foram condenados a prisão pelo crime de peculato. A decisão foi do
juiz Fernando Bardelli Silva Fischer, da frente da 2.ª Vara Criminal de
Curitiba. Hubert foi condenado a 13 anos e quatro meses de prisão.
A pena de Alberto
Youseff foi reduzida devido ao acordo de delação premiada firmado com a
Operação Lava Jato.
Caso Copel-Olvepar
Em 2002, uma
empresa que tinha crédito de R$ 15 milhões a receber da Óleos Vegetais Paraná
S/A (Olvepar) aceitou como pagamento crédito de ICMS que a Olvepar tinha com o
Estado do Paraná, durante o governo de Jaime Lerner.
Embora o Tribunal
de Justiça, em 2000, tenha reconhecido esse crédito como irregular, o governo
paranaense autorizou, em 2002, o reconhecimento de créditos de ICMS no valor de
R$ 67 milhões. A Copel comprou então créditos de ICMS da Olvepar, com desconto,
no montante de R$ 39,6 milhões.
Esse dinheiro
teria sido distribuído a pessoas do grupo político então no poder, por meio do
doleiro. O valor total do prejuízo aos cofres públicos teria sido de R$ 84,6 milhões
(os R$ 39,6 milhões pagos pela Copel, mais R$ 45 milhões referentes ao ICMS que
a Olvepar deixou de pagar ao Estado).
Fonte: Paranaportal
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