terça-feira, 8 de maio de 2018

Amigão de Richa ameaçado é levado para PF em Brasília


Quem estaria oferecendo “risco à integridade física” ao ex longa manus de Beto Richa na Secretaria de Educação, a ponto de a Procuradoria-Geral da República pedir a transferência dele da carceragem da Polícia Federal em Curitiba para a sede de Brasília? Pois é: O ex-diretor da Secretaria de Educação do Paraná Maurício Fanini foi transferido da carceragem da Polícia Federal em Curitiba, onde estava preso desde o fim de fevereiro, para a sede da Polícia Federal (PF) em Brasília. (Na foto, Richa faz uma selfie com Fernanda Richa e Fanini, em tur pelo Caribe)
Segundo informação do G1, o pedido para a mudança, deferido há uma semana, foi feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR) sob a alegação de que, na capital paranaense, havia risco à integridade física do ex-diretor.
Nesta segunda-feira (7), o juiz Fernando Bardelli Silva Fischer, da 9ª Vara Criminal de Curitiba, onde tramita o processo, determinou que Fanini seja interrogado com urgência em Brasília, já que o processo corre há mais de dois anos sem que a fase de instrução tenha sido encerrada – os interrogatórios foram retomados nesta semana.
Desde o ano passado, Maurício Fanini negocia delação premiada com a mesma Procuradoria-Geral da República, ainda sem conclusão.
O G1 entrou com a defesa do ex-diretor da Seed, mas não conseguiu contato até a publicação desta reportagem.
Maurício Fanini é réu por lavagem de dinheiro na Operação Quadro Negro, que investiga o desvio de mais de R$ 20 milhões na construção e reforma de escolas estaduais do Paraná.
Segundo as investigações, o setor que ele chefiava era o responsável por produzir relatórios fraudulentos, sobre obras de construção de escolas estaduais. O grupo afirmava nos documentos que o andamento estava adiantado, quando na verdade, em muitos casos, mal tinha saído do papel.
Com isso, a empresa envolvida na fraude, a Construtora Valor, recebia pelos contratos. O dono da empresa, que fez delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF) , afirmou em depoimento que parte do dinheiro recebido serviiu para abastecer campanhas políticas, além de beneficiar Fanini.
A investigação mostrou indícios de que ele usava empresas em nome dele e da mulher para movimentar os recursos ilegais que recebia. Ainda de acordo com o MP-PR, o dinheiro servia principalmente para a compra de artigos de luxo em lojas do exterior.
Cícero Cattani

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