Dia 27 de abril de 2015 foi uma segunda-feira. As ditaduras e
regimes de exceção mandavam lembranças. O Centro Cívico de Curitiba havia se
tornado uma tenebrosa
praça de guerra. Tudo para aprovar sem debate o confisco do fundo de
previdência dos servidores públicos do Paraná. Relembre.
O então governador
Beto Richa (PSDB) proibiu até o acampamento dos servidores estaduais em greve.
Seria a primeira vez na história que os grevistas não poderiam acampar na
Praça Nossa Senhora de Salete. Richa transformou o local num campo de guerra
ocupado por policiais militares.
Como
contingência, o local de concentração dos manifestantes mudou para a Praça
19 de Dezembro (a Praça do Homem Nu). Dezenas de ônibus com delegações do
interior iam ocupando Curitiba e formando um “formigueiro” de professores,
servidores e estudantes que se juntaram na luta contra o confisco.
Diversas
câmaras municipais aprovariam moções de apoio aos servidores públicos, contra a
violência e confisco da previdência. Partidos e entidades da sociedade civil
organizam notas oficiais contra a truculência do governo.
Para
manter o aparato policial sem precedentes, Richa teve que remanejar policiais
de diversas cidades do interior, deixando regiões inteiras sem policiamento. Os
professores e servidores é que seriam tratados como bandidos perigosos naqueles
dias.
A
primeira votação do confisco da previdência foi realizada no
plenário da Assembleia Legislativa no mesmo dia 27. Foi aprovada por 31
votos a 21. Mas o projeto recebeu dezenas de emendas que tentavam mudar o teor
de confisco; por isso, voltaria à Comissão de Constituição e Justiça no dia
seguinte.
A
votação ocorreu com as galerias da Alep vazias e o prédio cercado por milhares
de policiais.
A
tensão e a indignação só crescia. Os servidores não se intimidaram com o cerco
policial e marcharam para o Centro Cívico para tentar defender seus direitos e
sua aposentadoria. Vamos relembrar os detalhes finais que levaram ao triste
massacre de 29 de abril de 2015. Para que nunca mais se repita.
Fonte: Blog do
Esmael
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