Médico negocia venda do Hospital do Coração em Apucarana - Foto: TN ONLINE |
O Hospital do
Coração de Apucarana está à venda. Foi o que confirmou ontem o médico Randas
Vilela Batista, presidente da fundação que é proprietária do imóvel. O local,
segundo ele, já chegou a ser visitado por um grupo de possíveis compradores.
Fechado há mais de 3 anos e sem nunca ter funcionado como hospital, o prédio
atualmente é utilizado como lar de quatro cães da raça Rottweiler, que ficam
nas dependências internas do prédio.
De acordo com Randas, o Hospital do
Coração pode ser vendido em breve. “Estamos negociando com algumas pessoas
interessadas. Não posso revelar quantas ou quem elas são, nem de onde são, para
não atrapalhar as negociações”, afirma ele.
Apesar disso, o médico afirma que seu
principal desejo não é vender, mas sim manter o local e reabrir o hospital no
futuro.A obra foi construída pela Fundação do Coração Vilela Batista, que tem à
frente o médico Randas Vilela Batista, com dinheiro proveniente de uma fundação
japonesa.
Sua construção teve início em 2008, com
prazo de funcionamento em dois anos, que foi prorrogado por mais dois. Após
investimento de US$ 5 milhões, o local foi inaugurado em fevereiro de 2012, mas
funcionou apenas como ambulatório até agosto de 2014, quando convênio com que
mantinha o Consórcio Intermunicipal de Saúde do Vale do Ivaí e Região (Cisvir)
foi encerrado por problemas de documentação.
O hospital nunca funcionou em sua
capacidade total e foi fechado em 2015 após a Vigilância Sanitária desaprovar o
espaço. De acordo com laudo do órgão, o prédio precisava passar por profundas
modificações para atender os requisitos hospitalares. Já Randas nega a
necessidade de mudanças na estrutura. Fechado desde então, o hospital necessita
de reparos, como constatou a reportagem da Tribuna do Norte na tarde de
ontem.
Estruturas metálicas já se mostram com
pontos de ferrugem e há muito entulho no entorno. Um funcionário contratado
pela fundação atua no local que, no entanto, tem mato alto em alguns pontos do
terreno. Quatro cães de grande porte, da raça Rottweiler, são mantidos na parte
interna do hospital. Eles circulam livremente nos corredores e salas do local.
“Os cães ficam dentro do hospital para
garantir a segurança. Aconteceram muitos roubos ali. Não os deixo na área
externa porque a área é muito utilizada por crianças, que podem querer entrar
no espaço do hospital e serem mordidas”, disse Randas por telefone.
Ele afirma que está semanalmente no
hospital, mas a reportagem apurou com pessoas próximas que os períodos longe de
Apucarana duram até 30 dias. “Lamento toda esta situação. Sinto pela população
de Apucarana. No período em que trabalhamos, acabamos com uma fila de três anos
por consultas cardiológicas, transformando a cidade na única do Brasil sem
filas. Culpo o poder público municipal, que não renovou nossa licença e nos
obrigou a fechar as portas”, afirma o médico.
Associação pode reverter terrenoO terreno
onde foi construído o Hospital do Coração pertencia à Associação Cultural e
Esportiva de Apucarana (Acea), que doou o espaço. Keniti Ishida, presidente
atual da Acea, explica que a associação atualmente tem outras prioridades, mas
que a ideia pode ser retomada em breve.
“A Acea foi lesada, com certeza. Fomos
enganados. Nos prometeram um grande e moderno hospital, mas até hoje está só a
estrutura construída. Nunca funcionou como deveria e acredito que nunca irá
funcionar”, afirma ele.A tentativa de reversão do terreno já foi debatida pela
associação anteriormente, mas perdeu força. A situação chegou até a ser alvo de
uma Comissão Especial de Investigação (CEI) na Câmara dos Vereadores de
Apucarana. Na época, Randas e o prefeito de Apucarana que viabilizou a obra,
Valter Pegorer, foram interrogados pelos parlamentares.
Fonte:
TN Online
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