A porcentagem de
brasileiros com contas em atraso e registrados nos cadastros de devedores em
fevereiro chegou a 40,5% da população com idade entre 18 e 95 anos, de acordo
com dados do indicador do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da
Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). A estimativa das entidades
é que o Brasil tenha 61,7 milhões de pessoas com alguma conta em atraso e com o
CPF restrito para contratar crédito ou fazer compras parceladas.
Segundo
o indicador, no mês de fevereiro foi registrado um aumento de 2,71% no volume
de inadimplentes em comparação ao mesmo mês do ano passado. Em relação a
janeiro, o aumento foi de 0,55%. “A estimativa reflete o quadro de dificuldades
econômicas que as famílias ainda enfrentam, com o alto nível de desemprego e a
renda ainda comprimida. Mas não é só a conjuntura que explica fenômeno da
inadimplência. Em muitos casos, o descuido com as finanças leva à situação de
descontrole e ao consequente atraso das contas”, disse o presidente do SPC
Brasil, Roque Pellizzaro.
A faixa
etária na qual se observa o maior número de negativados em fevereiro é a de 30
anos a 39 anos, o que representa 51% da população dessa idade. Entre aqueles
que têm entre 40 e 49 anos, 49% estão com o nome sujo e, entre 25 e 29, esse
percentual chega a 46%. Entre os mais jovens, com idade de 18 a 24 anos, a
proporção cai para 20%. Na população idosa, considerando-se a faixa etária de
65 a 84 anos, a proporção é de 31%.
A
Região Sudeste é onde está concentrada a maior quantidade de consumidores com
contas em atraso. São 26,7 milhões, o correspondente a 40% do total de
consumidores que moram no estado. A segunda região com maior número absoluto de
devedores é o Nordeste, com 16,49 milhões de negativados, ou 41% da população.
Em seguida, aparece o Sul, com 8,10 milhões de inadimplentes, 36% da população
adulta.
Os
dados mostram também que o volume de dívidas em nome de pessoas físicas caiu
1,20% na comparação anual e 0,40% na comparação mensal. Já por setor, aquele
com maior alta nas dívidas abertas foi o de comunicação, com variação de
10,20%, seguido pelos bancos, que teve avanço de 2,31%. Já os setores de água e
luz e o de comércio observaram queda de, respectivamente, 4,25% e 6,78%. Em
termos de participação, os bancos detêm pouco mais da metade do total de
dívidas (50%). Em seguida, aparecem o comércio (18%); o setor de comunicação
(14%); e de água e luz (8%).
Agência
Brasil
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