Ministério Público colocou em suspeição atuação do juiz na
Operação Zelotes.(Reprodução/Tijolaço)
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O juiz substituto da 10ª Vara Federal Criminal do Distrito Federal, Ricardo Augusto Soares Leite, que decidiu proibir nesta quinta-feira (25) o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de viajar para fora do país, foi alvo de denúncia na Operação Zelotes, que investigou o esquema de corrupção no Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf). Em agosto de 2015, o deputado federal Paulo Pimenta (PT), relator da subcomissão da Câmara dos Deputados que acompanhava as investigações da Zelotes encaminhou uma representação à Corregedoria Nacional de Justiça, solicitando que fosse instaurada uma sindicância para apurar a conduta do juiz, criticado na época pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal de prejudicar a apuração dos fatos.
Ricardo Leite indeferiu os pedidos de
prisão temporária de 26 investigados e não concedeu a prorrogação do
monitoramento das escutas telefônicas e de e-mail dos envolvidos. Além disso, o
juiz determinou o sigilo das investigações, pois, segundo ele, “provocaria desnecessária
exposição da intimidade dos investigados perante os meios de comunicação”.
A Corregedora
Nacional de Justiça, ministra Nancy Andrighi, determinou a notificação do juiz
Ricardo Augusto Soares Leite, dando um prazo de 15 dias para que ele prestasse
informações sobre os pontos da denúncia. Em maio do mesmo ano, a
Corregedoria do Tribunal Regional Federal da 1ª região já havia acatado
representação do Ministério Público Federal contra o magistrado. Os
pedidos de investigação sobre a conduta do magistrado acabaram magistrados.
Em novembro de 2015, a força-tarefa do
Ministério Público Federal, que atuava na Operação Zelotes, ajuizou uma ação de
exceção de suspeição pedindo que o juiz Ricardo Leitenão atuasse mais no caso.
Segundo a Procuradoria da República, no Distrito Federal, Ricardo Leite não
teria imparcialidade para atuar no caso.
Em maio de 2017, o mesmo juiz determinou a
suspensão das atividades do Instituto Lula pela suspeita de que o mesmo tivesse
abrigado “atividades criminosas”. A suspensão acabou sendo revogada pela
Justiça posteriormente.
Fonte: Sul21
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