Rogério Machado/ANPr |
Em proposta para acordo de delação premiada com a Procuradoria Geral da República, Mauricio Fanini, ex-integrante do governo do Paraná, disse que recebeu propina do governador Beto Richa (PSDB) para que o tucano não fosse comprometido nas investigações da operação Quadro Negro, que apura cerca de R$ 20 milhões de desvios da construção de escolas públicas para beneficiar políticos; segundo Fanini, "cala boca" veio por meio do empresário Jorge Atherino no valor mensal de cerca de R$ 12 mil; Fanini detalhou viagens que fez com o governador e que teriam sido pagas por empresários que tinham negócios com o estado
Paraná 247 - O ex-presidente da Fundepar Mauricio Fanini entregou
proposta de delação premiada à Procuradoria Geral da República (PGR) em que
acusa o governador Beto Richa (PSDB) de ter pago dinheiro para que ele não
fosse comprometido nas investigações da operação Quadro Negro, que apura cerca
de R$ 20 milhões de desvios da construção de escolas públicas para beneficiar
políticos.
Segundo relata reportagem de Bela Megale, no jornal O Globo,
Fanini sustentou que recebeu um "cala boca" do empresário Jorge
Atherino no valor mensal de cerca de R$ 12 mil. Os pagamentos teriam acontecido
por ordem de Richa, após a exoneração de Fanini da presidência da Fundepar, em
junho de 2015. A autarquia foi reativada pelo governador para cuidar da parte
administrativa da Secretaria de Educação.
Além de
relatar tentativa de obstrução de Justiça por parte de Richa, Fanini detalhou
viagens que fez com o governador e que teriam sido pagas por empresários que
tinham negócios com o estado. Gastos em viagens do governador já haviam sido
relatados por outro delator.
Eduardo
Lopes de Souza, dono da construtora Valor, que já teve a delação homologada no
âmbito da Quadro Negro, contou que deu US$ 20 mil em espécie para Fanini levar
e usar com Richa na chamada "viagem da vitória", em novembro 2014,
para Miami e Caribe, com a intenção de celebrar a reeleição do governador do
Paraná. Segundo Souza, durante a viagem, Fanini teria comprado um relógio Rolex
de presente para o governador reeleito.
Além
dessa investigação, que corre em sigilo no Superior Tribunal de Justiça (STJ),
há outras duas que envolvem o governador do Paraná e o empresário Jorge
Atherino, que teria realizado os pagamentos do suborno a pedido do tucano. Uma
delas apura se Atherino foi o operador de Richa no pagamento de R$ 2,5 milhões
de caixa dois feito pela Odebrecht à campanha de reeleição do político em 2014.
Segundo a delação do ex-executivo Benedicto Júnior, Atherino procurou a
Odebrecht em nome do comitê do PSDB local pedindo apoio para a reeleição de
Richa. Ele teria sido o responsável